quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Doenças Crónicas

As Doenças Crónicas são doenças de evolução prolongada, permanentes, para as quais, actualmente, não existe cura, afectando negativamente a saúde e funcionalidade do doente. No entanto, os seus efeitos podem ser controlados, melhorando a qualidade de vida destes doentes (Thompson, et all, 1993).

Doenças congênitas são aquelas adquiridas antes do nascimento ou até mesmo depois do mesmo, no primeiro mês de vida, seja qual for a sua causa. Dentre essas doenças, aquelas caracterizadas por deformações estruturais são denominadas usualmente por anomalias ou malformações congênitas (Thompson, et all, 1993).
Para Thompson et all (1993), existem vários tipos de doenças crónicas como: Diabetes; Obesidade; Cancro; Doenças respiratórias; Doenças cardiovasculares; A maioria das doenças auto-imunes; Algumas infecções como a tuberculose, lepra, sífilis ou gonorreia; SIDA.

Factores de risco segundo Thompson et all (1993) são: Colesterol elevado; Tensão arterial elevada; Obesidade; Tabagismo; Consumo de álcool; Alimentação pobre em frutas e vegetais.

Como reduzir os riscos
Para Thompson et all (1993), existem certas técnicas: Através da alteração do estilo de vida pode-se, em pouco tempo, reduzir o risco de desenvolvimento de Doenças Crónicas; Alterando a dieta alimentar – privilegiar frutas, vegetais, frutos secos e cereais integrais; substituir as gorduras animais saturadas por gorduras vegetais insaturadas; reduzir as doses de alimentos salgados e doces; Iniciando a prática de exercício físico diário; Eliminando o consumo de tabaco.

Coping – são os esforços ou respostas, em sentido adaptativo, perante determinada situação de estresse que ultrapassa as capacidades do indivíduo, constituindo-se em uma sobrecarga de seus recursos perante uma ameaça ao bem-estar.
Existem várias estratégias de coping: confronto, afastamento, autocontrole, aceitação de responsabilidades, fuga-esquiva e reavaliação positiva. Mas a eleição de uma estratégia é determinada pela natureza do estressor, as circunstâncias em que ele se reproduz e o próprio estilo que caracteriza o sujeito e suas escolhas. (Câmara,2009)


O processo de coping em doenças crónicas

O coping pode actuar na forma de estratégias de fuga e esquiva, que envolve adiar e amenizar o impacto das mudanças e alterações da situação de estresse e consequentemente pensar de forma negativa no problema, o que pode resultar problemas psicológicos, tais como, depressão, isolamento, vergonha, sentimentos de inutilidade, que podem levar ao suicídio. Mas também pode-se traçar estratégias de reavaliação positiva, onde o indivíduo desenvolve planos de acção para minimizar as emoções negativas e problemas psicológicos resultantes da deficiência. Desenvolver uma postura pró-ativa onde há uma percepção mais clara e objetiva da doença, o que resulta em menor uso da estratégia de fuga-esquiva. Procurar centrar-se no problema ao invés de fugir do mesmo, minimizando-o em termos cognitivos, o que contribui para um entendimento mais claro acerca da doença.
Assim, surgem portadores de algum tipo de deficiência que se destacam no desporto, música e outras actividades descritas como de superação (Câmara, 2009).

Referências bibliográficas

Thompson, W.; McInnes, R. & Willard, F. (1993). Genética Médica. São Paulo: Guanabara Koogan.

Câmara (2009). Estratégias de coping e percepção da doença em pais de crianças com doenças crónicas: o contexto do cuidador
(http://www.scielo.unal.edu.co/scielo).

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Desastres Naturais

De acordo com Cerutti, et all (2010), desastre é a interrupção grave do funcionamento de uma comunidade ou sociedade que causa perdas humanas e/ou importantes perdas materiais, econômicas ou ambientais que excedam a capacidade da comunidade ou sociedade afetada para fazer frente à situação, utilizando seus próprios recursos. Para a vigilância em saúde ambiental é considerado desastre quando houver dano ou destruição da infra-estrutura de saúde (perda de leitos, medicamentos, insumos, equipamentos) ou recursos humanos e/ou exceder a capacidade de atendimento do serviço local de saúde, causados por um fenômeno natural.

Os desastres se subdividem, segundo sua causa, em duas amplas categorias: aqueles
provocados por fenômenos naturais (desastres naturais) e os provocados ou gerados pelo homem (desastres artificiais). O termo desastre natural se aplica, aos fenômenos naturais, combinados com seus efeitos nocivos, ou seja, a perda de vidas, doenças ou a destruição de edificações. De acordo com o tempo de ocorrência, os desastres naturais podem acontecer de forma súbita ou aguda, como terremotos, tsunamis, tornados, tormentas tropicais, inundações, vulcões, furacões, ciclones, deslizamentos e incêndios florestais; ou de início lento ou crônico, como secas, desertificação, degradação ambiental, desmatamento ou até uma infestação por pragas (Cerutti, et all, 2010).


Consequências psicológicas dos disastres

As consequência psicológicas dos disastres podem ser: problemas de concentração, temores, transtornos do sono, alterações frente aos ruídos, irritabilidade, aborrecimento e desinteresse, ansiedade, insegurança, tristeza, reiteração do evento, problemas somáticos e impotência (Cerutti et all, 2010)




Formas de intervenção para as vítimas dos desastres

É importante ressaltar que as intervenção pode ser antes do desastre (prevenção, mitigação, preparação e alerta) e depois (reabilitação e reconstrução), para Prieto (2007), há grande necessidade de se ter assistência psicológica inicial no caso de ocorrência de disastres, para tal, deve haver profissionais da saúde física e mental de diferentes áreas como por exemplo: profissionais de cuidados intensivos, profissionais de aconselhamento e outros.

As acções a se ter em conta na intervenção de desastres naturais são: contenção do impacto emocional de familiares e próximos, acompanhamento de familiares na busca de informação, orientação e assessoramento a administrativos e voluntários. As acções psicossociais para as vítimas podem ser: restaurar o funcionamento de mecanismos de adaptação, reforçar as capacidades para resolver problemas, promover a capacidade para reorganizar seu mundo, ajudar a se reintegrar às redes de sustentação (Prieto, 2007).


Como identificar as vítimas em disastres naturais

Para a identificação das vítimas devem se ter em conta um conjunto de acções como: identificação das áreas de risco de desastres com probabilidade de impacto na saúde humana; identificação das comunidades vulneráveis e caracterização dessas vulnerabilidades; análise de risco segundo a classificação do desastre e gravidade para a população; estabelecimento de indicadores, sistemas de informação e avaliação das ameaças à saúde humana (Prieto, 2007).


Posição das vítimas dos disastres naturais

A posição vária de individuo para individuo ou mesmo de sociedade para sociedade, dentre as várias podem se destacar as seguintes: desconhecimento, negação (a negação e o desconhecimento frente ao risco aumentam a vulnerabilidade individual e social), onipotência e pensamento mágico (Prieto, 2007).
É necessário implementar-se um conjunto de acções para a prevenção de redução de risco. Essas acções podem ser: conscientização, sensibilização, percepção de risco, reconhecimento, capacitação de líderes, fortalecer canais de comunicação, promover redes sociais de sustento e contenção.

Com base na questã quem é a vítima do desastre: homem ou a natureza? Fica dificil encontrar uma única resposta satisfatória, porque o homem assim como a natureza podem ser as vítimas dos desastres, porém, isso é um processo cíclico (homem afecta a natureza e ela afecta o homem). O homem é considerado vítima quando a ocorrência do desastre não tem como causa a intervenção directa do homem, exemplo: inundações. A natureza pode ser tida também como vítima quando a ocorrência do disastre resulta da intervenção do homem. Ex: destruição da camada do ozono dando origem ao aquecimento global. Contudo, é importante dizer que entre estes (homem/natureza), não existe uma vítima exclusiva no acontecimento de um desastre porque as consequências sempre terão incidencias tanto no homem como na própria natureza.


Situação do disastre em Moçambique

Moçambique é o terceiro país mais afectado pelos desastres naturais em África, depois das Maurícias e Benin e um dos mais vulneráveis às mudanças climáticas que já estão a ser sentidas em todo globo. Esta situação resulta da sua longa costa (2700 quilómetros), na qual se situam os principais portos nas cidades de Maputo, Beira e Nacala (Pambazuka news, 2009).




Referências bibliográficas
Cerutti, D., Monteiro, E., Cancio, J., Gonçalves, L. e Oliveira, M. (2010). Programa nacional de vigilância em saúde ambiental dos riscos decorrentes dos desastres naturais vigidesastres. Brasília.


Prieto, C. (2007). Aspectos psicossociais em situações de desastre. Acessado no dia 19 de Setembro de 2010 em http://www.disaster-info.net/lideres/portugues/curso-brasil08/palestras_pdf/aspectos_psicossociais_em_situacoes_de_desastre.pdf.


Pambazuka news (2009). Meio ambiente: Moçambique, desastres naturais. Acessado no dia 22 de Setembro de 2010 em http://www.pambazuka.org/pt/category/environment/56588.