É uma medida preventiva, que visa auxiliar o individuo no processo de maturação em relação à escolha. Muitas vezes o individuo pensa que não tem dúvidas, por que não verificou todas as possibilidades e tem uma relação fantasiosa com àquela profissão desejada.
HISTÓRIA DE ORIENTAÇÃO PROFESSIONAL
Segundo Carvalho (1995), a realidade social era de tal forma estratificada que na prática não havia liberdade de escolha, e conseqüentemente, não havia mobilidade social. Para o homem comum as ocupações raramente eram escolhidas, e quando o eram as alternativas eram poucas (Martins, 1978).
A Revolução Industrial, ampliada no século XIX, impôs a multiplicação de novos e específicos postos de trabalho. Para que os trabalhadores pudessem desempenhar essas novas funções, surgiram novos cursos e especializações aumentando as possibilidades de escolha ocupacional, principalmente para os iniciantes nesse mercado de trabalho. A exigência do aumento da eficiência industrial a fim de atender à demanda da sociedade atribuiu aos jovens uma complexidade cada vez mais crescente na hora de escolher sua ocupação.
Rosas (2000), atribui a Edouard Charton a primeira tentativa concreta de fornecer informação profissional. Esse engenheiro francês, com a finalidade de ajudar as pessoas a se decidirem quanto à profissão, coletou o depoimento de vários profissionais e organizou o Dicionário de Profissões (Dictionnaire des Professions), cuja 1ª edição data de 1842.
Entre o século XIX e o início do séc. XX, outras obras autobiográficas e de auto-ajuda foram escritas para pais e jovens tratando da questão da escolha da profissão. No entanto o surgimento da Orientação Profissional, como uma prática com propostas de fundamentação teórica e técnicas próprias, se deu no início do século XX. Educadores e psicólogos foram os especialistas que se incumbiram da neófita ocupação.
Gemelli (1963) afirma que o primeiro centro de orientação profissional foi criado em 1902 em Mônaco da Baviera, por iniciativa conjunta de trabalhadores e de autoridades, de indústrias e de professores.
O primeiro Instituto de Orientação Profissional foi fundado em Barcelona em 1919. Nesse periodo, a orientação profissional e a seleção de pessoal caminharam quase sempre juntas. Neste momento a OP caracterizava-se como atividade vinculada à indústria e à ordem sócio- econômica vigente, regida pelo princípio de se encontrar o homem certo para o lugar certo “the right man in the right place”. Seu sustentáculo era, então, o ajustamento do homem à ocupação visando a excelência da eficiência industrial (Lassance e Sparta, 2003).
Na mesma época na Europa a influência da psicanálise na teoria e na prática da orientação educacional mostrava reflexos também na orientação profissional. No entanto, foi a partir do trabalho do psicólogo Carl Rogers, Couseling and Psychoterapy: new concepts in practice, publicado em 1942, que se observou uma transformação nas práticas da orientação profissional.
Com o surgimento, a partir da década de 50, de diversas teorias sobre a escolha
profissional, as mudanças iniciadas com os trabalhos de Rogers continuaram. O livro
Ocupational Choice, de 1951, do economista Ginzberg e colaboradores (um psiquiatra, um sociólogo e um psicólogo), apresentou a primeira Teoria do Desenvolvimento Vocacional, de acordo com a qual a escolha vocacional é um processo evolutivo que ocorre entre os últimos anos da infância e os primeiros anos da idade adulta (Sparta, 2003).
Em 1953, Donald Super publica sua Teoria do Desenvolvimento Vocacional, que define a escolha profissional como um processo que ocorre ao longo da vida, da infância a velhice, através de diferentes estágios e da realização de diversas tarefas evolutivas. Os estágios por ele propostos são: crescimento, exploratório, fixação, manutenção e declínio.
John Holland publica em 1959 sua Teoria Tipológica, segundo a qual os interesses são o reflexo da personalidade do indivíduo. Holland descreve seis tipos de personalidade que determinam a direção da escolha profissional: realista, intelectual, social, convencional, empreendedor e artístico. (Martins, 1978)
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