terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Estrutura e Organização da Orientação Professional

1. Introdução
Tem se notado altos índices de rotatividade, absenteismo e insatisfação de muitos individuos nas organizações. Todos esses casos podem também, de certo modo, ter origem na falta de um bom trabalho de orientação professional.
É importante falar deste tema no contexto moçambicano porque há necessidade de se ter conhecimentos desta área para clarificar que os serviços dos psicólogos em Moçambique são tão importantes para a saúde mental e sucesso laboral quanto os serviços dos médicos para a saúde física.
O trabalho surge no ambito da disciplina de Psicologia de Orientação Professional com o objectivo de estudar e aprofundar aspectos relactivos a estrutura e organização da orientação professional. A pesquisa foi efectuada na comunidade académica para o desenvolvimento-CADE situada na cidade de Maputo.
O trabalho apresenta a seguinte estrutura: apresentação da instiuição; problema de pesquisa; justificativa; objectivos gerais e específicos; fundamentação teórica; metodologia; apresentação dos resultados; limitações; recomendações para a instituição e a conclusão.

Abreviaturas: SOEV (serviços de orientação escolar e vocacional), SOVP (serviços de orientação vocacional e profissional), SOE (serviços de orientação escolar), OP (orentação profissioanal), SOEP (serviços de orientação escolar e profissional), SOPV (serviços de orientação profissioanl e vocacional).
1.1 Problema de pesquisa
Uma boa orientação professional, através de equipamento ou material como: testes, computador e outras tecnologias de informação, estalações (três salas, uma pequena para execução do aconselhamento e aplicação dos testes, uma do tamanho médio para recepção e uma maior para reuniões e trabalhos em grupos), etc., deve ser capaz de descobrir sua real tendência professional, seus talentos naturais e traços de personalidade e determinar com precisão, o que o individuo gosta de fazer, suas habilidades e em que profissão irá se sentir realizado. É a melhor maneira de descobrir-se e descobrir o caminho para o sucesso e a felicidade.
Qual é a estrutura, organização e funcionamento dos serviços de orientação professional na CADE?

1.2 Justificativa
Uma vez que o nosso país se encontra em vias de desenvolvimento e em situações de grandes disequilíbrios sociais e surgimento de novas formas de emprego, há grandes necessidades de se conceber uma organição, estrutura e funcionamento dos serviços de orientação de modo a responder satisfatoriamente as demandas do meio escolar/profissional.

1.3 Objectivos gerais
Conhecer a estrutura, organização e funcionamento dos serviços de orientação da CADE.
1.4 Objectivos específicos
Analisar se a estrutura, organização e funcionamento da orientação é devidamente implementada.
Identificar os clientes que tem se beneficiado desses serviços.
Identificar as principais causas que levam as pessoas a procurar esses serviços.
identificar as dificuldades encontradas pelos orientadores.
Verificar o tipo de formação das pessoas que fazem as actividades de orientação.
Caracterizar a estrutura e organização de orientação.
Identificar a frequência das pessoas a instituição para se beneficiar desses serviços.
Identificar o material usado nesse processo de orientação professional.

1.5 Metodologia
Para a concepção desta pesquisa, a amostra foi constituida por dois funcionários da instituição. Os métodos usados foram entrevista semi-estruturada e revisão bibliográfica. A entrevista foi efectuada na instituição (CADE), consistiu na transcrição dos dados para facilitação da análise qualitativa dos dados.

1.6 Apresentação da instiuição
A Comunidade Académica para o Desenvolvimento-CADE é uma associação privada sem fins lucrativos, que promove o envolvimento dos jovens e da sociedade civil na luta pelo progresso da educação, saúde, meio ambiente do país através da promoção da cidadania responsável. A cede localiza-se na cidade de Maputo/Moçambique.

2. Fundamentação teórica
2.1 Definição de conceitos
Uma estrutura define do que um sistema é feito. É uma configuração de itens. É uma coleção de componentes ou serviços inter-relacionados. A estrutura pode ser uma hierarquia (uma cascata de relacionamentos um-para-vários) ou uma rede contendo relacionamentos (CDL de Barra do Garças, s/d).
De acordo com Lampeao (2009), organização é o modo como se organiza um sistema. É a forma escolhida para arranjar, dispor ou classificar objetos, documentos e informações. É também o modo como foi estruturado, dividido e sequenciado o trabalho. A estrutura de uma organização é representada através do seu organograma.
Serviço é o equivalente intangível de um bem. A prestação de serviços é uma actividade onde, em geral, o comprador não obtém a posse exclusiva da coisa adquirida (salvo o caso em que exista contrato de exclusividade). Os benefícios do serviço prestado, caso lhe seja atribuído um preço, devm ser evidentes para o comprador, ao ponto de este estar disposto a pagar para o obter.
O conceito vocacional tem sido entendido como referente à vocação. Vocação, do latim vocatione, significa acto de chamar, escolha, chamamento, predestinação, tendência, disposição, talento, aptidão. O conceito profissional é definido “como respeitante ou pertencente à profissão, ou a certa profissão”; “que exerce uma atividade por profissão ou ofício”. O conceito orientação profissional, na perspectiva psicológica significa a ajuda prestada a uma pessoa com vistas à solução de problemas relativos à escolha de uma profissão ou ao progresso profissional, tomando em consideração as características do interessado e a relação entre essas características e as possibilidades no mercado de emprego”. O conceito orientação educacional consiste em um “processo intencional e metódico destinado a acompanhar, segundo técnicas específicas, o desenvolvimento intelectual e a personalidade integral dos estudantes, sobretudo os adolescentes, orientação escolar” (Ferreira, 1986).
Orientação Vocacional é um serviço que visa disponibilizar aconselhamento de carreira, de forma individualizada, recorrendo a actividades como a avaliação psicológica e a discussão com o cliente, dos diversos detalhes da sua situação de carreira (jlagapito.net, s/d).
Segundo jlagapito.net (s/d), num processo de orientação vocacional procuram-se desenvolver essencialmente dois aspectos:
Auto-conceito do cliente (o que conheço sobre mim, que actividades desempenho bem, do que gosto, como reajo a diferentes situações)
Conhecimento da oferta do meio (que formações existem nas áreas da minha preferência, o que fazer para as obter, que actividades profissionais existem que eu goste, o que fazer para as conhecer)
No final da intervenção é entregue e/ou discutido com o cliente um relatório com a análise dos dados pertinentes no contexto do processo.

2.2 Estrutura do funcionamento dos SOEV
Segundo OCDE-Comunidades europeias (2004), uma das primeiras dimensões a ter em consideração na criação de um SOEV e na definição das suas políticas é o seu enquadramento nas normas legais nacionais que regulam este tipo de actividade. A legislação de cada país pode ser mais ou menos variável em conteúdo, extensão e pormenor mas há um conjunto de dimensões sobre as quais um SOVP deve estar informado e, para isso, deve procurar directivas legais.

2.3 Pressupostos básicos e gerais de orientação segundo a Comunidades europeias (2004), são:
A orientação deve ser realizada por conselheiros|as profissionalmente qualificados|as
As suas competências devem ser usadas com o objectivo principal de responder às necessidades de desenvolvimento vocacional e profissional dos|as seus|uas clientes.
Os|as conselheiros/as de orientação vocacional e profissional (COVP) devem:
1.Acreditar no valor e na importância da dignidade de todo e cada indivíduo;
2.Estar preocupados com o bem-estar dos|as seus|uas clientes e trabalhar construtivamente nesse sentido;
3.Ajudar os|as seus|uas clientes a funcionar de forma mais eficaz enquanto indivíduos e a serem bem sucedidos|as no seu percurso formativo e/ou profissional;
4.Contribuir para a autonomia dos|as seus|uas clientes;
5.Acreditar que os SOVP devem estar ao alcance do maior número possível de pessoas;

2.4 Princípios deontológicos
Parte-se de dois pressupostos básicos e gerais: a orientação deve ser realizada por conselheiros profissionalmente qualificados. As suas competências devem ser usadas com o objectivo principal de responder às necessidades de desenvolvimento vocacional e profissional dos seus clientes (OCDE, 2004).

2.5 Regulamento Interno
Quando um Serviço de Orientação Vocacional e Profissional está inserido numa organização e que esta possua já algum regulamento interno é fundamental que as políticas do SOVP não entrem em contradição com as políticas mais gerais da organização e é importante que se complementem. O regulamento do SOVP pode evitar a repetição de regras e de políticas que constem no regulamento geral, bastar fazer as necessárias referências ao documento mais genérico (OCDE, 2004).

2.6 Itens do plano de orientação educacional
Não há um modelo para a redação de um plano de orientação educacional. Entretanto, seria interessante, se bem que não obrigatório, que ouvesse uma certa uniformidade na apresentação dos itens do plano, o que facilitaria o trabalho não só de quem os elabora, como também de quem os consulta.
De acordo com Giacaglia e Penteado (2000), para fins de ilustração e para auxiliar o orientador no inicio de carreira propõe-se um modelo de plano, do qual constam os principais itens ou partes: Identificação e localização da escola; Delegação de ensino à qual a escola está subordinada; Nome do direitor da escola; Nome do orientador educacional; Data do plano. Datas de planos anteriores; Síntese das principais caracteristicas da comunidade e da escola; Objectivos da escola e do SOE; Estrategias e intrumentos; Cronograma; Avaliação da actuação do serviço de orientação educacional.
Nesse conjunto de itens, centrar-me-ei apenas nas estrategias de orientação. Há vários tipos de estratégias que podem ser usados em orientação. Elas devem ser escolhidas para cada situação de acordo com os objectivos propostos e com os recursos da instituição e da respectiva comunidade.

2.7 Estratégias usadas em orientação escolar e vocacional
As estratégias podem ser gerais, isto é, aplicáveis a todas as áreas da orientação ou mais especificas, isto é, mais indicadas umas áreas do que para outras. As estratégias usadas na orientação escolar e vocacional podem ser preventivas ou remediativos. Nas preventivas, trata-se geralmente de estratégias de aplicação colectivas como, por exemplo as palestra. Nas remediativas, na maior parte dos casos, situam-se as de aplicação individual como a entrevista, por exemplo (Giacaglia & Penteado, 2000). Dentre as estratégias comumente utilizadas pelo orientador, destacam-se: palestras, reuniões e entrevistas.
As palestras são recursos valiosos que podem ser usados tanto na escola como na comunidade.
Outra estratégi a usada com frequência, em âmbito escolar, é a reunião. Ela pode ser realizada com elementos ja indicados, em conjunto ou separadamente, conforme o caso, e pode ter múltiplas finalidades, de acordo com as necessidades do SOE.
Além dessas estratégias em grupo, normalmente com caráter mais preventivo. Emprega-se também a orientação individual, geralmente com caráter remediativo e sob a forma de entrevista. As entrevistas com alunos ou seus pais, poderá ser marcada por convocação do SOE ou por solicitação dos interessados. Às vezes, podem ser convocadas ou solicitadas entrevistas pelo orientador escolar com professores ou outros funcionários para tratar de assuntos específicos. Às entrevistas, sempre que possível, devem ser agendadas. É necessário que a pessoa seja informada sobre o tempo de duração das mesmas, para que haja objectividade na prestação das informações e aproveitmamento do tempo. As entrevistas precisam ser conduzidas de modo a que se chegue a resultados satisfatorios, isto é, que os objectivos pretendidos sm alcançados. Na condução da entrevista, deve-se ter uma postura adequada e somente fazer intervenções verbais oportunas. É importante que se ouça atentamente o que é dito pelo aluno, pelo pai ou responsável durante a mesma. Igualmente relevante, é prestar atenção à voz de quem fala, às mudanças de entonação e como e qundo estas ocorrem, isto é, de que a pessoa estava tratando no momento. Da mesma forma, deve-se obervar o comportamento não verbal, o que inclui a postura de quem fala, os gestos, expressões faciais, maneirismos e as mudanças de posição, conforme o assunto tratado. Às vezes, a pessoa pensa uma coisa e, conscientemente ou inconscientemente, diz outra diferente. Por este motivo, é preciso que orientador não se restrinja apenas a ouvir o que o entrevistado fala, mas analizar e registrar como ele o faz. Terminada a entrevista, deve-se fazer um registro do que foi tratado na mesma e colocá-lo na pasta do aluno, do professor ou do funcionário, conforme o caso.

2.8 Avaliação da actuação do serviço de orientação educacional
A avaliação pode ser de caráter interno, isto é, o próprio orientador levanta os dados, realiza as análises e conclui sobre os resultados ou externo, quando outros elementos (alunos, ex-alunos, professores, equipe técnica e pais) podem ser solicitados a se manifestar sobre o desempenho do SOE (Giacaglia & Penteado, 2000).

2.9 Organização dos SOVP
Para que o orientador educacional possa exercer, com eficiência possivel, as suas funções, constitui condição básica a existência de um serviço de orientação escolar bem organizado. Uma adequada organização dos servicos de orientação escolar e vocacional deve compreender os seguintes tópicos: as instalações, fichários, tipos de fichas e outros materias necessários ao trabalho do orientador escolar e vocacional (Giacaglia & Penteado, 2000).
De acordo com a Escola Brotero (2009), as funções de um orientador são de assegurar o acompanhamento do aluno, individualmente ou em grupo, ao longo do processo educativo, bem como o apoio ao desenvolvimento do sistema de relações interpessoais no interior da escola e entre esta e a comunidade, contribuindo para a igualdade de oportunidades, para a promoção do sucesso educativo e para a aproximação entre a família, a escola e o mundo das actividades profissionais.
Os técnicos dos Serviços dispõem de autonomia técnica e científica respeitando, na sua prática, as normas éticas e deontológicas das suas funções, nomeadamente a salvaguarda da privacidade dos alunos e das suas famílias, no respeito pela sua cultura, interesses, valores e decisões.
Quanto a prevenção do absentismo escolar e do abandono precoce, pretende promover uma adequada integração dos alunos, prevenindo a fuga à escolaridade, o abandono precoce e o absentismo sistemático. Assim, os serviços tentam identificar e analisar as causas do insucesso escolar e propôr medidas tendentes à sua eliminação, colaborando em diversas acções comunitárias. Pretendem sensibilizar os alunos, as famílias e a comunidade em geral, para as vantagens da qualificação profissional no acesso ao mundo do trabalho.

3. Apresentação e discussão dos resultados
No que cerne a actividade “luta pelo progresso da educação”, a CADE tem desempenhado várias actividades como feiras que consiste de uma série de palestras, visitas de estudo, workshops de orientação vocacional, exposições, entre outras actividades de relevo para a camada estudantil moçambicana.
De acordo com os dados recolhidos no processo de entrevista acerca da estrutura e organização dos serviços de orientação, notou-se que a instituição não possui uma estrutura interna padronizada uma vez que ela depende de outras organizações para realização destes serviços nas feiras que esta promove. De acordo com Giacaglia & Penteado (2000), diferentes instituições propõem os modelos que acham mais convenientes, práticos ou que estão mais acustumados a usar. Portanto me abstenho de caracterizar ou demostrar uma estrutura fixa da instituição porque a instituição (CADE) depende das organizações que esta convida a participar nas feiras ela promove.
Os individuos que mais tem se beneficiado destes serviços são estudantes de diferentes níveis escolares, sendo mais frequentes os finalistas dos níveis secundário e estudantes dos níveis superior. Durante a entrevistra com os funcionários da CADE, constatou-se que os estudantes finalistas dos níveis secundário interessam-se mais por estes serviços para obter mais informação acerca dos proximos níveis e dos cursos que estes poderão disponibilizar futuramente. Um aspecto a se ressaltar, é que muitos outros individuos que procuram se aproximar nas palestras destes serviços é para obter informação acerca do funcionamento do serviço de orientação, isto é, procuram saber qual é a função de um orientador. A psicologia oferece seus instrumentos, visando proporcionar reflexões e auto-conhecimento por meio da orientação profissional. Para Bock (1995), a função do psicólogo é promover a saúde, e de alguma forma, o trabalho de OP pretende atingir tal objectivo, já que leva o sujeito a se conhecer, no sentido de possibilitar uma escolha mais lúcida, madura, ajustada de acordo com as habilidades de cada individuo.
Quanto a organização dos SOEP, a instituição não possui um local fixo para execução destes serviços, pois ela tem promovido feiras em diversos locais em parceria com várias outras instituições facilitando a execução destes serviços. Essas feiras não tem sido efetuadas frequentemente mas sim, dependem dos programas traçados pela instituição. De acordo com Giacaglia & Penteado (2000), no que concerne as instalações, é essencial que o SOEV disponha de um local próprio, de uso exclusivo, onde não sejam desenvolvidas outras actividades. Em condições ideais esse serviço contará com três salas:
Uma pequena que pode ser fechada a chave, isolada de ruídos e da passagem de pessoas, usada para entrevista, aconselhamento e aplicação de intrumentos de medida;
Uma de tamanho médio, situada em local de facíl acesso, funcionando como sala de recepção permanecendo aberta durante bo periodo de trabalho do orientador escolar e vocacional e;
Uma terceira, de tamanho maior que o das outras duas, para ser usada em reuniões ou trabalho em grupos.
As estratégias mais usadas pela instituição são do tipo preventivas como o uso frequente das palestras nas feiras que esta tem promovido nas comunidades e nas instiuições de ensino (escolas). De acordo com Giacaglia & Penteado (2000), as palestras são recursos valiosos que podem ser usados tanto na escola como na comunidade. Na escola, poderão destinar-se a todos, como também ser direcionadas apenas a determinados segmentos como alunos, professores, pais, etc, dependendo do que deva ser tratado. Elas são geralmente ampregadas como veículo de comunicação sobre os mais variados assuntos e temas, desde os objectivos e cronograma do serviços de orientação educacional para o ano em curso e para os proximos anos, até aspectos de psicologia do desenvolvimento humano, relacionamento criança-adulto, drogas, etc. Para que essa estratégia seja eficiente, há alguns requisitos a serem observados: o tema da palestra deve ser amplo, de interesse geral e transmitido em linguagem adequada à plateia à qual se destina, além de bem elaborado, fundamentado e dosado. No inicio o público deve ser informado sobre as razões para a escolha do tema proposto e sobre os principais tópicos do mesmo a serem desenvolvidos. Quanto a duração, não deve ser muito longa, prevendo-se um tempo para proposição de perguntas, esclarecimento de dúvidas e recolha de sugestões para as proximas palestras.

4. Limitações
Na busca de informação acerca de estrutura e organização dos serviços de orientação na sede da instituição, não foi possível ter acesso total aos dados, uma vez que a instituição alegou que se encontrava numa época de reforma afirmando assim que nem os profissionais que tratam destas questões estavam disponíveis para uma secção de entrevista.
No que concerne a busca de informação para esta matéria, não parei por ai, tentei entrar em contacto de maneira informal com alguns membros da associação que se mostraram disponíveis em que afirmaram que um dos métodos mais usados para estes serviços são as palestras e entrevistas. Estes membros que se mostraram disponíveis para a entrevista alegavam não ter autoridade para disponibilizar mais informação sem a devida autorização do “chefe”.
Outra dificuldade obtida na busca de dados para o trabalho, é que os colaboradores da instituição que tive oportunidade de entrevistar, não eram profissionais ligados a àrea de orientação por isso não foi possível obter vários dados necessários para a pesquisa.
A análise documental não foi possível na organização porque se encontrava numa época de reforma.

5. Recomendações para a instituição
É importante que a instituição se mostre disponível a receber estudantes e outros interessados a interagir e conhecer mais sobre os seus serviços, desse modo irá promover o progresso e desenvolvimento da própria isntituição.
Existem várias formas de organizar os serviços de orientação. Giacaglia & Penteado (2000), alegam que:
Há necessidade de ter um espaço fixo composto por três salas para execução destes serviços. Quando as condições da instituição não permitem a existência de três salas (uma pequena, média e outra maior), deve-se dar prioridade à recepção e à entrevista. Entretanto, se o SOEV dispuser de único espaço, haverá apenas uma sala de trabalho que deverá ser fechada com aviso na porta, quando o orientador estiver a usar com finalidade de sala de entrevista.
Quanto ao mobiliário necessário ao serviços SOEV, na sala de recepção deve haver uma mesa grande com gavetas que possam ser fechadas a chaves, duas cadeiras, um armário ou estante, um quadro-negro ou outro tipo de local para avisos, recados e lembretes.
Caso haja sala de entrevista, aconselhamento e aplicação de instrumentos de medida, na mesma, deve haver uma mesa e duas ou três cadeiras, um armário e, na eventualidade de se poder contar com sala de reuniões, nesta, é útil a existência de um quadro-negro ou similar, muitas cadeira ou carteiras e uma mesa. Quanto a este aspecto a CADE já tem tido facilidade nas escolas quando promove palestras de orientação escolar fazendo o uso de anfiteatros que estas disponibilizam.
Fazem parte, ainda, do mobiliário, os fichários. Um fichário e/ou terminal de computador ficará na sala de recepção em um local visível e acessível, a fim de ser de facíl uso por qualquer adulto. Ele conterá em ordem alfabética de sobrenome, os nomes completos de todos clientes, respectivos turnos, classes e números. Se a istituição estiver informatizada, essas informaçoes poderão ser obtidas directamente do computador, dada a facilidade e agilidade do processo de registro de notas e faltas e as contrução de gráficos. Um terceiro fichário, este permanentemente fechado, deverá ser colocado longe da porta de entrada e, caso haja, na sala de entrevistas. Ele conterá fichas comulativas sobre cada aluno, com informaçoes desde a época que ele tenha entrado para a escola. Incluem-se, nessas fichas, resultados de testes, incidentes disciplinares, resultados de aconselhamento com o aluno ou seus pais ou responsáveis; observações e opiniões de professores ou outros funcionários sobre ele, enfim todas as informações confidenciais.
6. Conclusão
A CADE tem desempenhado várias actividades como feiras que consiste de uma série de palestras, visitas de estudo, workshops de orientação vocacional, exposições, e outras actividades de relevo para a camada estudantil moçambicana. Não possui uma estrutura interna padronizada para execução dos serviços de orientação uma vez que a instituição depende de outras organizações para realização destes serviços nas feiras que esta promove.
Devido as enúmeras dificuldades encontradas na busca de informação para a elaboração do presente trabalho, não foi possível atingir na totalidade os objectivos estabelecidos quanto a estrutura e organização dos SOPV, mas pode-se afirmar que uma das formas de funcionamento desses serviços é com parcerias com outras associações privadas e do estado interessadas para a promoção destes serviços.
As estratégias mais usadas pela instituição são do tipo preventivas como o uso frequente das palestras nas feiras que esta tem promovido nas comunidades e nas instiuições de ensino. Contudo, para que o orientador educacional possa exercer com eficiência as suas funções, constitui condição básica a existência de um serviço de orientação escolar bem organizado composto por instalações, materiais adequados e profissionais qualificados para o exercício desta função permitindo o auto-conceito do cliente e conhecimento da oferta do meio, enfim, o auto-desenvolvimento do individuo.



7. Referências bibliográficas
Bock, M. (1995). A escolha profissional em questão. São Paulo: Casa do Psicólogo.

CDL de Barra do Garças (s/d). Estrutura Física. Acessado no dia 15 de Novembro de 2010 em http://www.cdlbarradogarcas.com.br/Estrutura-Fisica/.

Escola Brotero (2009). Serviços de Psicologia e Orientação. Acessado no dia 15 de Novembro de 2010 em http://www.esec-avelar brotero.rcts.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=167&Itemid=59.

Ferreira, H. (1986). Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.

Giacaglia, L. & Penteado, W. (2000). Orientação educacional na prática: principios técnicos instrumentais. Pioneira: São Paulo.

Lampeao, O. (2009). O que é controlo interno?. Acessado no dia 14 de Novembro de 2010 em http://ojpeao.blogs.sapo.mz/9881.html.

OCDE-Comunidades europeias (2004). Orientação escolar e profissional: GUIA PARA DECISORES.