As doenças crónicas são doenças de evolução prolongada, permanentes, para as quais, actualmente, não existe cura, afectando negativamente a saúde e funcionalidade do doente. No entanto, os seus efeitos podem ser controlados, melhorando a qualidade de vida destes doentes (Thompson, et all, 1993).
Morte é conhecida como morte clínica, morte cerebral ou paragem cardíaca irreversível. A morte cerebral é definida pela cessação de actividade eléctrica no cérebro. Porém, aqueles que mantêm que apenas o neo-córtex do cérebro é necessário para a consciência. Só a actividade eléctrica do neo-córtex deve ser considerada para definir a morte. Na maioria das vezes, é usada uma definição mais conservadora de morte: a interrupção da actividade eléctrica no cérebro como um todo, e não apenas no neo-córtex (Chiavenato, 1939).
Também é definida como paragem irreversível do funcionamento do organismo como um todo, sendo o todo maior que a soma das partes. A definição de organismo como um todo é feita em termos fisiológicos: com controlo da respiração, da temperatura, do equilíbrio hidroeletro- lítico, da consciência, controlo autonómico, regulação neuro endócrina, comportamento sexual e fome (Lima, 2010).
Luto
Sanders (1999), considera que o luto representa o estado experiencial que a pessoa sofre após tomar consciêcia da perda, sendo um termo global para descrever o vasto leque de emoções, experiências, mudanças e condições que ocorrem como resultado da perda.
Relação entre doenças crônicas, morte e luto
Há uma relação directa entre estes três elementos. As doenças em geral, criam um estado de disequilibrio no organismo do individuo resultando em várias mudanças na vida do doente, levando-o a se deparar com limitações, frustrações e perdas. Essas mudanças serão definidas pelo tipo de doença, maneira que se manifesta e como segue o seu curso. As doenças crônicas, consideradas incuráveis e permanentes, exigem que o indivíduo ressignifique sua existência, adaptando-se às limitações e novas condições geradas. Dependendo da doença, o individuo pode estar diante de um menor tempo de vida, ou por outra, quanto maior for a gravidade da doença maior será a proximidade a morte do individuo. Uma vez acontecendo a morte do individuo haverá também indivduos enlutados (familiares e vizinhos).
Segundo World Health Organization (2005), estima-se que 58 milhões de mortes ocorridas no mundo em 2005, 35 milhões tenham sido decorrentes de duenças crónicas, que representam a principal causa de morte no mundo.
A doença crônica traz consigo perdas sucessivas de independência e controle, gera sensações de luto e, como tal, sentimentos de ansiedade, tristeza, irritação e medo. Saber viver com a doença crónica depende das características individuais, da forma como ela é aceite e do que se espera da vida.
Referências bibliográficas
Thompson, W.; McInnes, R. & Willard, F. (1993). Genética Médica. São Paulo: Guanabara Koogan.
World Health Organization (2005). Preventing chronic disease: WHO global report. Acessado no dia 30 de Setembro 2010 em http://www.saude.rio.rj.gov.br/media/epidcv.pdf.
Messa, A. (2010). O impacto da doença crônica na família. Acessado no dia 29 de Setembro de 2010 em http://www.psicologia.org.br/internacional/pscl49.htm.
A morte: uma abordagem sociocultural.
Chiavenato, J. (1939). The Mourning after: dealing with adult bireavement. New York: John Wiley e Sons.