Introdução
Este trabalho surge no âmbito de trabalhos a serem apresentados em seminários na disciplina de Técnicas de Entrevista Psicológicas. O assunto abordado no presente trabalho é a Entrevista de Aconselhamento e da Orientação Profissional no contexto organizacional.
Quando se fala de aconselhamento não é apenas um acto de dar conselhos, fazer exortações nem encorajar disciplina ou prescrever condutas que deveriam ser seguidas. Pelo contrário, trata-se de um processo no qual um técnico utiliza competências específicas para ajudar o utente a lidar mais eficazmente com a sua vida.
Da mesma forma, quando se fala de Orientação Profissional, ela não é dirigida somente para quem tem dúvidas sobre a profissão que deve seguir, mas, na realidade, ela é uma medida preventiva, que visa auxiliar o jovem no processo de maturação em relação à escolha porque muitas vezes o jovem pensa que não tem dúvidas, por que não verificou todas as possibilidades e tem uma relação fantasiosa com àquela profissão desejada.
Para a elaboração do trabalho, recorreu-se a consultas de alguns artigos publicados na internet sobre a motivação e consulta dos livros que abordam a matéria.
Aconselhamento
O aconselhamento psicológico (counselling) é uma relação de ajuda que visa facilitar uma adaptação mais satisfatória do sujeito à situação em que se encontra e optimizar os seus recursos pessoais em termos de autoconhecimento, auto-ajuda e autonomia (http://www.counselingvih.org/pt/definitions/definitons.php?Langue=pt.).
Aconselhar não é dar conselhos, fazer exortações nem encorajar disciplina ou prescrever condutas que deveriam ser seguidas. Pelo contrário, trata-se de ajudar o sujeito a compreender-se a si próprio e à situação em que se encontra e ajudá-lo a melhorar a sua capacidade de tomar decisões que lhe sejam benéficas. O aconselhamento é um processo no qual um técnico utiliza competências específicas para ajudar o utente a lidar mais eficazmente com a sua vida.
A finalidade principal do aconselhamento na organização é promover o bem-estar psicológico e a autonomia pessoal no confronto com as dificuldades e os problemas .
Entrevista de aconselhamento
A entrevista de aconselhamento consiste de dois métodos: método directivo e método não directivo ( ribafs.org/outros/trabalho/entrevista/tecnicas_de_entrevista.htm).
Método directivo – o conselheiro assume a iniciativa da condução da entrevista. Ocorrem as seguintes condições:
· O aconselhado está em desespero ou desamparado, e precisa de apoio antes de tomar decisão;
· O aconselhado evidencia incapacidade de iniciar a entrevista;
· O conselheiro pode e deve assumir a maior parte da responsabilidade do procedimento a seguir;
· Os factos e soluções são claros;
· O aconselhado pode e deve aceitar os resultados da entrevista e não perderá as próprias possibilidades de auto-direcção.
Método não – directivo – a responsabilidade pela condução da entrevista cabe ao aconselhado. Ocorre nas seguintes condições:
· O aconselhado está sob forte tensão;
· O aconselhado tem vários bloqueios afectivos que o impedem de analisar racionalmente;
· A solução requer que o aconselhado assuma considerável responsabilidade para decisão e acção;
· As prováveis causas das dificuldades são obscuras e complicadas.
Características dos dois métodos
No método directivo o conselheiro assume grande responsabilidade pela solução (junto com o aconselhado), regista a entrevista e acompanha o caso.
No método não – directivo o aconselhado procura o conselheiro, tenta passar a responsabilidade ao conselheiro (que devolve). O aconselhado aceita a responsabilidade de resolver o problema ou foge à situação. Se aceitar, o conselheiro explica–lhe que a situação do aconselhamento lhe dá oportunidade de resolver o problema com assistência.
Orientacao profissional
A Orientação Profissional (OP) teve suas origens na Psicologia Industrial, pela necessidade de selecionar as pessoas mais capacitadas para o exercício das diferentes funções que se criavam nas indústrias. Foi paulatinamente vinculando-se à orientação educacional, preocupando-se principalmente com a continuação dos estudos e ocupações, visando à formação profissional. Geralmente, relaciona-se a OP como uma prática restrita a escolas e consultórios de psicologia. Actualmente, face à modernização tecnológica, assiste-se a uma demanda cada vez maior pela Orientação Profissional e de Carreira nas empresas (http://www.unifev.edu.br/orientacao_profissional/escolha.php).
Várias vezes, tem–se uma visão distorcida de que somente quem tem dúvidas sobre a profissão é que deve buscar auxilio. Mas, na realidade, a orientação profissional é uma medida preventiva, que visa auxiliar o jovem no processo de maturação em relação à escolha. Muitas vezes o jovem pensa que não tem dúvidas, por que não verificou todas as possibilidades e tem uma relação fantasiosa com àquela profissão desejada. Assim, um adolescente vê-se na situação de escolher entre todas essas possibilidades sem um processo adequado de orientação profissional, ele acaba escolhendo aquelas que conhece mais, ou as mais prestigiadas.
A sociedade contemporânea, exige mais do indíviduo no que se refere a colocar-se enquanto sujeito adulto. Neste sentido, torna-se relevante o processo de Orientação Profissional. Outra questão que justifica a existência e a importância de um espaço para escolha profissional é que esta actividade é algo que nos acompanha por toda a vida. Uma pessoa satisfeita com seu trabalho, em uma ocupação associada a sua personalidade e a seus anseios, é alguém que tende à realização e a uma capacidade produtiva maior.
Nesse sentido, um processo de Orientação Profissional que facilite uma escolha consciente e bem formulada consiste em um primeiro passo à realização profissional. É, portanto, um instrumento que actua no sentido de programação da saúde humana, agindo profilaticamente.
Actualmente, com a globalização da economia, há exigências crescentes no mundo profissional, frente às quais são necessárias posturas flexíveis que respondam às demandas do mercado de trabalho. O ritmo das mudanças pede ao indivíduo uma postura activa, de participante da realidade, capaz de se posicionar e de exercer escolhas constantemente.
Deste modo, um processo de Orientação Profissional adaptado a esta nova realidade – que não se prende apenas a resultados de testes e à busca de informações profissionais, mas que vise à tomada do momento de escolha enquanto um processo de aprendizado a ser levado para outros momentos de escolha - tem muito a contribuir na formação de pessoas capazes de estarem constantemente se adaptando a mudanças e de posicionarem-se frente à realidade que se apresenta.
Outro aspecto relevante é que nenhuma escolha é final ou definitiva, mesmo em um campo profissional específico, situações novas se apresentarão diariamente, exigindo posicionamento, escolha e acção.
A Orientação Profissional, além de oferecer condições para a busca de informações sobre carreiras profissionais, tem um papel relevante enquanto espaço para auto-conhecimento, apoio e busca de posicionamento crítico do sujeito frente ao processo de ingresso no mundo profissional, facilitando ainda a troca de experiências entre os envolvidos.
A função do orientador professional
De acordo com Sauret(1996), a função do orientador professional e sua acção devem ser percebidas diferentemente daquela do gerente de recursos humanos. O orientador ajuda o empregado num processo de reflexão de sí mesmo, sobre suas aspirações e interesses profissionais. Em nenhum caso ele dirá ao empregado o lugar que ele deverá ocupar.
Muitas vezes, a fronteira entre a orientação professional e o aconselhamento não está suficientemente clara e pode-se encontrar situações de ambiguidade, com certos gerentes que acreditam desempenhar o papel de orientadores, dando seu ponto de vista ao empregado – o que não é necessariamente errado, mas que não utilize o procedimento próprio da orientação professional. Auxiliar o empregado com conselhos e opiniões não caracteriza uma orientação professional.
Modalidades da entrevista de Orientação Profissional
De acordo com o sítio http://orientandotrabalhodeop.blogspot.com/ , o processo de orientação professional é constituido por duas modalidades que têm 8 encontros. O objetivo é de levar o jovem a uma maturidade para escolher a profissão. Os primeiros encontros visam o autoconhecimento, o jovem vai ser levado a perceber suas influências familiares, os mitos herdados, as questões inconscientes que actuam no processo de escolha. A seguir tem-se a informação profissional, que objectiva ampliar o leque de opções e aprofundar-se sobre as profissões que o jovem se interessa, sempre as relacionando com a realidade social das mesmas.
Modalidade Individual
Esta modalidade é indicada para quem quer um grande aprofundamento sobre as questões da escolha. Segue um modelo de uma psicoterapia breve, tendo as questões profissionais como foco principal. Os encontros duram cerca de 45 minutos a 1 hora.
Modalidade Grupal
Técnicas para Criar um Vínculo Grupal
Embora no modelo grupal haja 2 ou 3 encontros individuais (cada jovem com o psicólogo orientador), o grupo tem como vantagem propiciar ao jovem que ainda não está envolvido no processo de escolha, actividades e técnicas lúdicas para que o mesmo se envolva e reflita mais sobre a mesma. É indicado para adolescentes ou pessoas com dificuldade em verbalizar individualmente. Os encontros são de 1hora e 30min a 2horas.
Etapas do processo de Orientação Profissional
1ª Etapa - Autoconhecimento
Sao usadas Técnicas Projectivas; Aplicação de testes Vocacionais e Profissionais; Aplicação do teste Psicológico "BBT".
Estas técnicas possibilitam ao jovem entrar em contacto com aspectos pessoais que estão ligados a diversas fases de sua vida os quais servem para a compreensão dos factores que influenciam na decisão actual. São técnicas que elucidam ao jovem seus gostos e preferências pessoais, distinguindo-os dos valores sociais e familiares, além de permitirem ao jovem ver-se através do olhar do outro num processo de identificação pessoal.
2ª Etapa - Influência Familiar
São usadas técnicas que levam o jovem a perceber e concretizar uma influência que muitas vezes é subtil e passa quase despercebida sendo assim difícil de trabalhar, ou influências que são forte demais atrapalhando o jovem a fazer sua real escolha em detrimento da dos pais.
3ª Etapa - Realidade Social
Técnica do Cofee Break Social
São técnicas que levam o jovem a se imaginar enquanto profissional, e dessa forma o orientador pode detectar como o jovem simboliza determinadas profissões diante o status social.Não basta levar o jovem a conhecer as profissões e analisar suas aptidões, precisa-se perceber qual valor ele determina para sua escolha e como ele reage diante do que a sociedade atribui à sua opção. Nessas técnicas cria-se uma discussão sobre a desigualdade social no mundo sobre como os valores familiares e individuais referentes à essa situação e a preocupação com manutenção ou ascensão de nível social interferem na escolha profissional.
4ª Etapa - Informação Profissional
Técnica "Qual a Profissão"
São técnicas que informam ao jovem as especificidades de diferentes profissões, elucidam dúvidas acerca das mesmas e desmantelam-se mitos e preconceitos. Além disso levanta-se reflexões, sobre os critérios para escolha profissional, sobre quais as expectativas em relação a carreira, âncoras profissionais, etc.
5ª Etapa - Visita às Universidades
Conhecendo o dia a dia de profissionais
Leva-se o grupo, ou o jovem que faz o trabalho individual, a conversar com profissionais de diversas áreas e também a visitar e conhecer Universidades locais. É importante que o jovem possa concretizar as antigas fantasias em relação às profissões para que ao fim do processo escolha com mais propriedade.
6ª Etapa - Técnicas de ansiedade frente ao exame de admissão (somente para grupos de examinandos)
Essas técnicas servem para detectar o grau de ansiedade dos jovens frente à barreira do exame, ou para trabalhar com esta ansiedade. São técnicas que visam levar o jovem a conhecer seu grau de preocupação frente ao dilema e à melhor maneira de aliviar ou solucionar esse problema. Com certeza um jovem menos ansioso, é um jovem com mais maturidade psicológica para realizar uma escolha acertada e também um jovem mais apto à realizar uma prova com qualidade e garantir seu lugar nas universidades desejadas.
Etapa final – Escolhendo as Profissões
Relaxamento e Técnicas Expressivas
Leva-se o jovem através de relaxamentos, ou outras técnicas, a refletir sobre todo o processo e perceber o que mudou no seu modo de perceber as profissões e se já conseguiu amadurecer a ponto de fazer a sua escolha.
Considerações finais
O aconselhamento é um processo no qual o psicólogo utiliza competências específicas para ajudar o sujeito activo a lidar mais eficazmente com a sua vida. O acto de aconselhar não é apenas de dar conselhos, mas de ajudar o sujeito a compreender-se a si próprio e à situação em que se encontra e ajudá-lo a melhorar a sua capacidade de tomar decisões que lhe sejam benéficas.
A orientação profissional é uma medida preventiva, que visa auxiliar o individuo no processo de maturação em relação à escolha profissional. Uma pessoa satisfeita com seu trabalho, em uma ocupação associada a sua personalidade e a seus anseios, tenderá à auto-realização e a uma capacidade produtiva maior. Desta forma, um processo de Orientação Profissional que facilite uma escolha consciente e bem formulada consiste em um primeiro passo à realização profissional agindo, portanto, como um instrumento que actua no sentido de programação da saúde humana.
Um outro aspecto que deve ser tomado em consideração é o facto de a fronteira entre a orientação professional e o aconselhamento não ser clara e poder se encontrar situações de ambiguidade, com certos gerentes que acreditam desempenhar o papel de orientadores, dando seu ponto de vista ao empregado sem utilizar o procedimento próprio da orientação professional.
Portanto, os processos de Aconselhamento e de Orientação profissional são imprescindiveis na medida em que permitem ao individuo que se sinta auto-realizado com a sua profissão, levando a um maior desempenho individual e consequente elevada produtividade ao nivel da organização.
Bibliografia
http://orientandotrabalhodeop.blogspot.com/. Acessado no dia 19 de Março de 2010 as 13:05h
http://www.unifev.edu.br/orientacao_profissional/escolha.php. Acessado no dia 15 de Março de 2010 as 14h
http://www.counselingvih.org/pt/definitions/definitons.php?Langue=pt. Acessado no dia 20 de Março de 2010 as 17h
Sauret, C. (1996). Le role-cle du conseiller d’orientation dans le systéme d’acteurs de la mobilité professionalle: réflexions d’um practicien. Paris
Técnicas de entrevista: ribafs.org/outros/trabalho/entrevista/tecnicas_de_entrevista.htm. acessado no dia 15 de Março de 2010 as 17:30h
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