segunda-feira, 30 de maio de 2011

Instrumentos/Estratégias a Usar em Função dos Diversos Contextos e Objectivos da Avaliação e Intervenção Psicológica

Autores: Fernando Marrengula, Hipólito Sambo, Evans Bia e Vicente Mazive

O trabalho tem como objectivo fundamental desenvolver competências de pesquisa nos estudantes, assim como dotar os mesmos de subsídios técnicos que lhes permitam afirmar-se na sua prática profissional que é cada vez mais exigente e competitiva.

Para a elaboração do trabalho recorreu-se à pesquisa bibliográfica que, de acordo com Luna (1999), é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos e que são revestidos de importância por serem capazes de fornecer dados actuais e relevantes.
O trabalho cumpre os seguintes objectivos:
Descrever os aspectos inerentes ao processo de avaliação e intervenção psicológica
Descrever os instrumentos/ estratégias que podem ser empregues na avaliação psicológica
Analisar a avaliação e Intervenção Psicológica no contexto Educacional
Analisar a avaliação Psicológica no contexto Organizacional
Analisar a avaliação Psicológica no contexto Clínico
O trabalho apresenta a seguinte estrutura:
I. introdução onde se apresenta as linhas gerais do tema, os oblectivos e a estrutura
II. avaliação e intervenção psicológica onde faz-se alusão aos aspectos inerentes a este processo
III. avaliação e intervenção psicológica no contexto educacional onde descreve-se os objectivos avaliação psicológica, assim como, as áreas de actuação do psicólogo educacional
IV. avaliação e intervenção psicológica no contexto organizacional onde faz alusão as áreas de actuação do psicólogo organizacional
V. avaliação e intervenção psicológica no contexto clinico onde descreve-se os aspectos ligados a este processo
VI.discussão do tema onde se apresenta a analise do grupo acerca do tema
VII. conclusão onde apresentam-se as considerações finais do trabalho ao que se segue as referencias bibliograficas.
Definição de conceitos
Avaliação Psicológica é um processo técnico e científico realizado com pessoas ou grupos de pessoas que, de acordo com cada área de conhecimento, requer metodologias específicas. Ela é dinâmica e constitui-se em fonte de informações de carácter explicativo sobre fenómenos psicológicos, com a finalidade de subsidiar os trabalhos nos diferentes campos de actuação do psicólogo. Trata-se de um estudo que requer um planeiamento prévio e cuidadoso, de acordo com a demanda e os fins aos quais a avaliação se destina (Lima 2007).

Intervenção psicológica é toda forma de intervenção, ou seja, de tentativa de influenciar de maneira transitória ou definitiva o comportamento humano através do uso de meios psicológicos, ou seja, a influência se dá através de novas formas de comportamento e de experiênciar o mundo (Perrez, 2005).

Teste psicológico: Para Cronbach citado por Silva (s/d), é um procedimento sistemático para observar o comportamento e descrevê-lo com a ajuda de escalas numéricas ou categorias fixas. Seu objectivo é descrever e/ou mensurar características e processos psicológicos, compreendidos tradicionalmente nas seguintes áreas: emoção, afecto, cognição, inteligência, motivação, personalidade, atenção, memória, percepção etc., nas suas mais diversas formas de expressão, segundo padrões definidos pela construção dos instrumentos.

II. AVALIAÇÃO E INTERVENÇÃO PSICOLÓGICA
Para Alchieri & Cruz (2003), citados por Silva (s/d) o conceito de avaliação psicológica refere-se ao modo de conhecer fenómenos e processos psicológicos por meio de procedimentos de diagnóstico e prognóstico, para criar as condições de aferição de dados e dimencionar esse conhecimento. Isso pressupõe que, este processo deve ser levado a cabo por individuos capacitados para tal, ou por indivíduos formados em psicologia.
Educarte (s/d), salienta que durante o processo de avaliação psicológica o psicólogo avalia a funcionalidade do indivíduo, assim como, averigua as suas vivências e historial para definir o diagnóstico e elabora um projecto de intervenção.
Visto que, a avaliação psicológica permite ao psicólogo colher informações acerca do indivíduo que é alvo da mesma, o psicólogo pode recorrer ao uso de diversos instrumentos/ estratégias como forma de garantir que este objectivo seja cumprido na íntegra.
As informações que os instrumentos/ estratégias empregues pelo psicólogo lhe irão fornecer permitirão que este elabore um plano de intervenção apropriado para cada caso que se lhe apresente, pois a seleção do instrumento/estratégia a empregar deve ter em conta o contexto da avaliação, assim como, os objectivos a que a mesma se propõe.

2.1 Instrumentos/ Estratégias empregues na avalição psicológica
Durante o processo de avaliação psicológica podem ser empregues diferentes instrumentos / estratégias dentre eles os seguintes: os testes psicológicos, a observação, e a entrevista.

Testes psicológicos: para Hutz & Bandeira (2003) citados por Silva (s/d), estes representam os intrumentos técnicos de uso exclusivo dos psicólogos que, par gerenciá-los, requer treinamento e conhecimento específicos, pois os mesmos obedecem a uma série de regras para sua aplicação designadas de padronização da aplicação dos testes, que implicam em vários procedimenots: administração dos testes na aplicação; questões relacionadas ao aplicador ou examinador; e questões específicas que dizem respeito ao (s) examinado (s) ou testando (s).

Entre os diferentes grupos de testes existentes, Hutz & Bandeira (2003) citam como principais os seguintes: personalidade, atenção, inteligência, e orientação proficional. Estes descrevem-os nos seguintes termos:
Os testes de personalidade visam avaliar aspectos emocionais, de motivação e interpessoais, com o intuito de identificar aspectos da personalidade do avaliando.
Os testes de atenção visam avaliar a capacidade que o indivíduo tem de manter a sua atenção na actividade durante um período, bem como analisar a qualidade e produtividade dessa atenção.
Os testes de inteligência avaliam o desenvolvimento intelectual geral, contemplando todas as funções intelectuais, como: cálculo, memória, raciocínio espacial, raciocínio mecânico, raciocínio abstrato, capacidade de abstração, planejamento e organização.
Os testes de orientação profissional propiciam condições para que as pessoas se conheçam melhor, percebam suas identificações, adquiram melhores condições de organizar seus projectos de vida e fazer suas escolhas profissionais, visando à promoção de saúde.

Observação: a observação tem se mostrado o instrumento mais satisfatório na coleta de informações, pois permite socializar e avaliar o trabalho do psicólogo. Esta proporciona ao psicólogo um contacto mais próximo do que acontece na realidade e possibilita melhor compreensão da natureza das acções.

Entrevista: A entrevista tem sido a técnica mais utilizada em diversas práticas do psicólogo na organização, como na selecção de pessoal, diagnóstico organizacional, desligamento de funcionário, levantamento de necessidades de treinamento, na construção de perfil, avaliação de desempenho, diagnóstico de satisfação no trabalho, e avaliação para promoção ou recolocação.

De acordo com Silva (s/d), as condições de uso dos instrumentos devem ser consideradas apenas para os contextos e propósitos para os quais os estudos empíricos indicaram resultados favoráveis.o que significa que a simples aprovação dos orgãos competentes não significa que o teste possa ser usado em qualquer contexto, ou para qualquer propósito. A recomendação para um uso específico deve ser buscada nos estudos que foram feitos com o instrumento, principalmente nos estudos de validade e nos de precisão e de padronização. Assim, os requisitos básicos para a utilização ou não de determinado instrumento/estratégia são os resultados favoráveis de estudos orientados para os problemas específicos relacionados às exigências de cada área e propósito.

Silva (s/d), salienta afirmado que dependendo da combinação de propósitos e contextos, pode-se pensar melhor quais estudos são necessários para justificar o uso de determinados instrumentos/estratégias. Por exemplo, considerando a avaliação de personalidade no contexto organizacional, se o propósito for somente descrever características de personalidade das pessoas, são necessários estudos de validade atestando que o teste mede o constructo pretendido (por exemplo, análise factorial, correlação com outras variáveis, dentre outros). Mas, se o propósito for prever o comportamento futuro, como geralmente é o caso nos processos selectivos, são necessários estudos de validade de critério demonstrando que o teste é capaz de prever bom desempenho no trabalho.

Em suma, a escolha adequada de um instrumento/ estratégia é complexa e deve levar em conta os dados empíricos que justifiquem simultaneamente o propósito da avaliação associado aos contextos específicos. No caso da escolha de um teste específico, é necessário que o psicólogo faça a leitura cuidadosa do manual e das pesquisas envolvidas na sua construção para decidir se ele pode ou não ser utilizado na situação pretedida por ele.
A avaliação e intervenção psicológica pode ser rmpregue em diferentes contextos tais como: o contexto educacional, organizacional e clinico.

III. AVALIAÇÃO E INTERVENÇÃO PSICOLÓGICA NO CONTEXTO EDUCACIONAL

De acordo com Marques (s/d), a Psicologia Educacional dedica-se ao estudo de como os seres humanos aprendem em ambientes educacionais. Está, portanto, relacionada com o sucesso educativo na população em geral e em grupos específicos tais como crianças sobredotadas ou subdotadas que necessitam de cuidados especiais. Intervém nas dificuldades escolares e, também, na escolha da carreira (Orientação Escolar e Vocacional). Para além disso, avalia os métodos de estudo, com vista a optimizá-los e fornece estratégias aos jovens de forma a conseguirem ultrapassar as suas limitações.

De acordo com Costa (s/d), a avaliação psicológica no contexto educacional tem como função essencial o diagnóstico e a compreensão dos sintomas ou queixas actuais da criança/ adolescente, considerando os diferentes ambientes ou contextos nos quais essa se move, a sua dinâmica familiar e relacional e as características do seu desenvolvimento emocional e cognitivo. Assim, esta análise aprofundada dos principais aspectos do desenvolvimento e do funcionamento psicológico da criança/ adolescente, realiza-se de um modo independente ao processo de intervenção psicológica eventualmente a implementar à posteriori.

Costa (s/d), salienta que a mesma consiste num número limitado de consultas, nas quais pode-se recorrer à utilização de diferentes técnicas e métodos de avaliação, designadamente à realização de uma entrevista, da observação directa, do recurso a inventários de comportamento para pais, professores e criança, a utilização de instrumentos de avaliação cognitiva, neuropsicológica e pedagógica.


3.1. Objectivos da consulta de avaliação psicológica

Os objectivos da consulta de avaliação psicológica são múltiplos, passando pelo diagnóstico, caracterização e compreensão dos resultados obtidos, predição do desempenho posterior, prognóstico e encaminhamento para intervenção (articulando propostas reeducativas com as escolas ou com outros técnicos: terapia da fala, apoio pedagógico especializado e/ou psicomotricidade).

3.2. Áreas de actuação
3.2.1. Avaliação Emocional e da Personalidade
Avaliação realizada com base no desenvolvimento dinâmico da personalidade e do temperamento da criança e do adolescente com um carácter compreensivo – explicativo. Análise do(s) comportamento(s), com base no perfil de personalidade.
Procedimentos: entrevista clínica e realização de testes de avaliação da personalidade, inventários de auto-resposta, avaliação da auto-estima e auto-conceito.

3.2.2. Avaliação Cognitiva e da Inteligência

Esta realiza-se com base na análise das competências cognitivas e intelectuais individuais e consiste na determinação das áreas fortes ou fracas ou dos domínios do funcionamento intelectual, fornecendo indicações para avaliação ou despiste de suspeitas de défice cognitivo, dificuldades de aprendizagem (Dislexia, Disortografia, Disgrafia, Discalculia, Insucesso Escolar), Sobredotação, entre outras.
Procedimentos: Entrevista Clínica e realização de Testes de Avaliação Cognitiva.

3.2.3. Avaliação do Perfil de Desenvolvimento Infantil
Consiste na avaliação do nível de desenvolvimento da criança, sobretudo em idade pré-escolar. Este processo contempla as áreas do desenvolvimento psicomotor, desenvolvimento da linguagem, competências sócio-emocionais/ interacção social e processos de aprendizagem.
Procedimentos: Entrevista Clínica com os Pais (Anamnese), envio de questionários de avaliação do comportamento para os Pais e educadores/ professores e realização de testes de avaliação do desenvolvimento da criança.
3.2.4. Despiste de Dislexia e de outras Dificuldades de Aprendizagem
Esta é dirigida a crianças que revelem baixo rendimento escolar e/ou dificuldades específicas de aprendizagem. Consiste num estudo completo das possíveis causas do insucesso escolar da criança/ adolescente.
Procedimentos: Entrevista Clínica com os Pais (Anamnese) e com a criança ou adolescente, envio de questionários de avaliação do comportamento para os pais e educadores/ professores e realização de testes de avaliação psicopedagógica ( testes específicos de diagnóstico da dislexia; testes de avaliação da leitura/ ortografia, entre outros).

3.2.5. Outros despistes específicos / despiste Psicopatológico
Esta é indicada para situações nas quais a criança e o adolescente apresentem alterações de comportamento ou de humor que interfiram no seu bem-estar geral, designadamente: PHDA – Perturbação de Hiperactividade com Défice de Atenção, Agressividade/ Impulsividade, Perturbação de Comportamento de Oposição e Desafio, Perturbações do Comportamento Alimentar, Mutismo Selectivo, Perturbações da Ansiedade ( Fobias, Perturbação de Pânico), Depressão, Alterações Emocionais resultantes de processo de divórcio, etc.
Procedimentos: Entrevista Clínica com os Pais e com a criança ou adolescente; realização de outros testes a definir pelo Psicólogo conforme cada caso.

3.2.6. Avaliação Pré-Escolar e de Prontidão Escolar

Avaliação destinada a crianças que revelem condições de ingresso no 1ºCEB (primeiro ciclo do ensino básico) antes da idade estipulada por lei, devido ao seu desempenho excepcional. É útil para diagnosticar precocemente dificuldades específicas de aprendizagem, (antes do ingresso no 1º ciclo).
Procedimentos: entrevista clínica com os pais (anamnese) e com a criança, envio de questionários de avaliação do comportamento para os pais e educadores/ professores e realização de Testes de Avaliação do Desenvolvimento, Avaliação Cognitiva e Psicopedagógica, entre outros.
De acordo com Educarte (s/d), a intervenção que se faz face a um problema detectado pode tomar diversas formas. Algumas vezes, apenas é pedido um relatório que possa desencadear os apoios sociais e educativos necessários e/ou possíveis para enfrentar o problema. Outras vezes, poderá ser feito um acompanhamento da situação, mais ou menos espaçado no tempo, com encaminhamento médico, aconselhamento educacional aos pais, deslocação à escola, etc.
Poderá ainda ser dado apoio directo à criança ou jovem, tomando a forma de: apoio emocional; psicoterapia; programa de estimulação do desenvolvimento; programa de estimulação de funções específicas (Integração sensorial, Psicomotricidade e Postura, Treino Cognitivo, Fonológico, Perceptivo, Reflexivo, etc); programa de reeducação da leitura/escrita; e programa de estimulação/reeducação intensiva nas férias escolares.

IV. AVALIAÇÃO E INTERVENÇÃO PSICOLÓGICA NO CONTEXTO ORGANIZACIONAL
A avaliação psicologica tem se tornado um procedimento cada vez mais importante na área organizacional, sendo importante na tomada de decisões e escolha de profissionais, permitindo assim resolver vários problemas organizacionais.

Rabaglio (2006) citado por Strapasson et al (2010) aponta que a avaliação realizada com eficácia é a chave de sucesso na gestão de pessoas, já que se constitui uma ferramenta de estimativa de aproveitamento do potencial individual das pessoas no trabalho e, assim, do potencial humano de toda a organização.

Cruz (2002) citado por Strapasson et al (2010), afirma que durante muitos anos a avaliação psicológica nas organizações teve a perspectiva de avaliar as diferenças individuais mediante a utilização de testes psicológicos para seleção e orientação profissional, e de estratégias objectivas de avaliação das habilidades e aptidões dos indivíduos diante de tarefas prescritas para um determinado posto ou cargo. Diante desse fato, a utilização de testes psicológicos passou a ser o principal instrumento de avaliação psicológica nas organizações. No entanto, a avaliação psicológica no âmbito organizacional pode ser utilizada em várias atividades, como no treinamento de pessoal, avaliação de potencial, avaliação de desempenho, avaliação da carga mental de trabalho, diagnóstico organizacional, entre outras.

4.1. Áreas de actuação
4.1.1. Orientação e reorientação profissional
A avaliação psicológica na área de orientação e reorientação profissional visa auxiliar o funcionário a repensar suas escolhas, de modo que o trabalho possa ser um instrumento de construção do seu ser e de desenvolvimento de suas potencialidades.
4.1.2. Diagnóstico organizacional
Na atividade referente ao diagnóstico organizacional, a avaliação e intervenção psicológica tem como finalidade verificar a saúde organizacional, bem como levantar as possíveis causas dos problemas organizacionais.

4.1.3. Avaliação da carga mental de trabalho

A avaliação da carga mental de trabalho no ambiente organizacional consiste na definição da “carga de trabalho” que representa o conjunto de esforços desenvolvidos para atender às exigências das tarefas abrangendo os esforços físicos, os cognitivos e os psicoafetivos (emocionais).

V. AVALIAÇÃO E INTERVENÇÃO PSICOLÓGICA NO CONTEXTO CLÍNICO

Segundo Rodrigues (s/d), a consulta de psicologia clínica desenrola-se ao longo de várias sessões. Num primeiro momento, o psicólogo procura fazer uma avaliação psicológica à pessoa de forma a conhece-la melhor, compreender a sua estrutura de funcionamento e os seus problemas ou dificuldades. Posteriormente planeia com a pessoa o tipo de acompanhamento e os objectivos psicoterapêuticos.
Uma das principais funções do psicólogo é a realização de avaliações psicológicas; conduzindo, deste modo, à elaboração de psicodiagnósticos diferenciais, de estudos da estrutura da personalidade, da deterioração mental, bem como da compreensão do funcionamento mental global da pessoa. Estas avaliações psicológicas têm como objectivo principal despistar qualquer indício psicopatológico.
Outra das funções é o acompanhamento psicológico/psicoterapêutico, em que o psicólogo adopta essencialmente uma postura de suporte e contenção, procurando igualmente criar, em conjunto com a pessoa, estratégias de intervenção psicológica para diminuir, aliviar, e até extinguir o sofrimento da pessoa, de modo a restabelecer o bem-estar e o equilíbrio emocional.


VI. DISCUSSÃO DO TEMA
A avaliação psicológica constituí um processo bastante complexo e amplo que permite que o psicólogo possa colher informações de que necessita para a tomada de decisão seja no âmbito educacional, organizacional, e clinica.
Por se tratar de um processo complexo, o mesmo pode envolver a utilização de uma série de instrumentos/estratégias com vista a auxiliar o profissional no sentido de adquirir informações que possam permitir que o mesmo tenha uma compressão real dos factos. Dentre os instrumentos/estratégias que podem auxiliar o profissional durante o processo de avaliação psicológica encontramos׃ os testes psicológicos, a entrevista e a observação. Sendo que cada propõe-se a cumprir determinados objectivos, ou seja, cada um surge no sentido de fornecer dados especificos ou avaliar determinado tipo de habilidades do individuo e por essa razão podem ser empregues nas diferentes áreas e contextos de actuação do psicólogo.
No entanto, alguns profissionais consideram que os testes psicológicos constituem a principal vertente de actuação do psicólogo seja ele clínico, educacional, e organizacional.
Por definição o homem é um ser bio-psico-social, ou seja, estas três vertentes exercem influência sobre o comportamento humano e por essa razão, o psicólogo não pode limitar-se ao uso de apenas um único instrumento. O que significa que o mesmo pode combinar os diferentes instrumentos/estratégias no sentido de fazer uma confrontação das informações que cada instrumento fornece o que irá permitir ao psicólogo ter uma maior compressão do comportamento humano.
Durante o processo de avaliação e intervenção psicológica, o psicólogo para álem de preocupar-se com a combinação dos diferentes instrumentos/estratégias, deve ainda preocupar-se em escolher os instrumentos que se adequam a área em que se insere a avaliação e intervenção psicológica ao mesmo tempo que procura enquadrá-la ao respectivo contexto.
Para que o processo de avaliação e intervenção psicológica cumpra os objectivos a que se propõe, o psicólogo deve seguir a risca os procedimentos inerentes a aplicação de cada instrumento/estratégia de avaliação psicológica.


VII. CONCLUSÃO
Avaliação e intervenção psicológica é um processo que visa auxiliar o psicólogo na recolha de informações acerca do individuo que é alvo deste processo. Para a recolha dessas informações o mesmo pode recorrer ao auxilio de alguns instrumentos/ estratégias cuja selecção deve obdecer o contexto, ou seja o meio onde decorre a avaliação, assim como, os objectivos a que a mesma se propõe.
Uma das pricinpais vertentes do processo de avaliação psicológica são os testes psicotécnicos, ou seja o processo de aplicação dos testes psicológicos. Estes constituem um instrumento muito sensível e para que cumpram os objectivos a que se propõem, o psicólogo durante o processo de sua aplicação deve seguir à risca os procedimentos da sua aplicação.
Pelo facto do ser humano ser complexo e alvo de diversas influências sejam elas de carácter social, assim como da heriditariedade, propõem-se que o psicólogo durante a sua actuação opte por uma abordagem eclética, pois esta pode permitir a combinação dos diferentes instrumentos/estratégias de avaliação psicológica.
 

VIII. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Costa, P. (s/d). Avaliação psicológica. Acessado a 2 de Março de 2011 as 12:33h. Disponível em http://www.paulojosecosta.com/?page_id=187

Educarte. (s/d). Avaliação e intervenção psicológica na escola. Acessado a 2 de Março de 2011 as 12:45h. Disponível em http://www.educarte.com.pt/Crian%C3%A7aseJovens/ConsultasdePsicologia/tabid/59/language/pt-PT/Default.aspx

Lima, R. (2007). Psicólogo Clínico e Organizacional. Acessado a 3 de Março de 2011 as 10:38h em http://www.rangellima.com.br/arquivos_internos/index.php?abrir=perguntas_frequentes

Luna, S. V. (1999). Planejamento de pesquisa: uma introdução (2ªed). São Paulo: Educ.

Marques, T. P. (s/d). Avaliação e Intervenção Psicológica na área educacional. Acessado a 2 de Março de 2011, as 12:11h. Disponível em http://teresapaulamarques.com/interven.php

Perrez, M. & Baumann, U. (2005). Lehrbuch klinische Psychologie - Psychotherapie. Bern: Huber, 3.

Rodrigues, C. (s/d). Psicologia clinica: o papel do psicologo clinico. Acessado a 2 de Marco de 2011 . disponível em http://psicologaclinica.blogs.sapo.pt/8687.html.
Silva, V.G. (s/d). Testes psicológicos e suas práticas. Acessado a 2 de Março de 2011. Disponível em http://www.scribd.com/doc/11559014/Testes-Psicologicos-e-as-Suas-Praticas

Strapasson, E. M., Silva, R. M. & Teodoro, V. (2010). O Processo de Avaliação Psicológica na Atuação dos Psicólogos Organizacionais e do Trabalho. São Paulo: Universidade do Vale do Itajaí. Acessado a 2 de Março de 2011 as 12:37. Disponível em www.actassnip2010.com/conteudos/actas/avalpsi_20.pdf.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Cruz ou Estaca ?

In: http://traducaodonovomundodefendida.wordpress.com/2010/09/01/cruz-ou-estaca/


Por que a TNM evita a palavra “Cruz” ?

Observe este vídeo onde Erudito comenta o significado da palavra grega “STAURÓS”
“Jesus não morreu numa “Cruz” diz Teólogo e Erudito Sueco”
O que podemos dizer da escolha feita pela comissão de Tradução da Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas ao verter as palavras gregas usadas no chamado Novo Testamento ?
O instrumento de execução em que Cristo foi pendurado é chamado pelos escritores inspirados “STAURÓS” e “XYLON” (literalmente segundo os melhores dicionários: ESTACA e MADEIRO respectivamente)
Considere Mateus 20:19, a primeira ocorrência de STAUROW. Se
aceitarmos que Mateus verteu uma expressão real de Jesus, as palavras devem ter sido proferidas, quer em hebraico ou aramaico. Nenhuma das línguas tinham uma palavra para “cruz” ou “crucificar”, então Jesus simplesmente não poderia ter usado qualquer dessas palavras! Mas se falou em hebraico, ele deve ter usado o verbo TALA (travar) ou o substantivo ETS (árvore). Mateus usou o verbo STAUROW, e ao passo que esse verbo pode se referir a uma estaca com uma barra, também pode se referir a todos os outros tipos de estacas. Assim, sem outra especificação não há nenhuma razão para verter STAUROW no sentido específico de “cruz”. Ainda mais importante é o fato de que Jesus pronunciou as palavras muito antes de alguém ter visto em que stauros ele foi pregado e sua forma. Mesmo que Stauros fosse uma cruz, seria uma anacronismo traduzir STAUROW neste verso e outros versos referindo a um tempo antes da morte de Jesus.
Veja este link para considerações adicionais

Na melhor das hipóteses, existem apenas dois relatos de arqueologia com alguma evidência, a partir do primeiro século dC, que pode sugerir algo sobre a
forma da STAUROI em que as pessoas eram penduradas, e ambos são interpretados de diferentes maneiras. Os dados publicados pela primeira vez sobre o homem “crucificado” de ha Giv’at-Mivtar não eram esclarecedores, e a forma de sua Stauros não pode ser conhecida. (Veja Fitzmyer JA, “A crucificação em Qumran na antiga Palestina, Literatura, e o Novo Testamento “, The Catholic Biblical Quarterly,1978:493-513)
A Sinagoga “A Casa de São Pedro” foi construída em Cafarnaum no primeiro século dC, mas a cruz Grafitti nas paredes, evidentemente,é mais recente (a parede foi rebocada por diversas vezes) (Veja Snyder GF, “Ante Pacem Archaeological Evidence of Church Life Before Constantine “)

No Talmud e na literatura rabínica encontramos o verbo tsalab (ou
o substantivo correspondente), que se refere ao instrumento no qual as pessoas eram penduradas. É interessante notar que os rabinos não usam tsalab com o significado moderno de ”crucificar”. De acordo com Marcus Jastrow (de 1989, ” A Dictionary of the Targumim, The Talmud Babli and Yerushalmi”, and the Midrashic Literature, p 1282) o verbo tanto em hebraico e aramaico significa «travar » empalar. Alguns dos exemplos que ele dá, e sua tradução é a seguinte: Tosefta Gittin 4:11: “pregado na estaca”; Midrash Rabba para Esther onde Deuteronômio 28:66 é referido: “que é levado para ser empalado “; Midrash Rabba a Levítico…” vai ser pendurado “Assim, a literatura judaica após o tempo de Jesus continua a usar os termos “pendurar” (numa estaca) e não aponta para um formato particular do instrumento no qual as pessoas eram penduradas. Até o final do século 14, o substantivo hebraicoTSALAB não significa uma estaca com uma forma particular. Em 1380 Shem Tob ben Shaprut copiou o Evangelho de Mateus em hebraico. Em Mateus 27:32 ele utilizou o substantivo TSELIBA onde o texto grego emprega stauros. Shem Tob conta que esta palavra não deveria ser entendida como “cruz” e, portanto, ele acrescentouEreb Sheti WA “, que significa” cruz “. tradução de Howard (George Howard, 1987, O Evangelho de Mateus De acordo com um texto hebraico primitivo) diz o seguinte: “Eles o obrigaram a carregar o instrumento de execução (TSELIBA), isto é,” a Cruz “.
A ambigüidade similar como a encontrada em TSELAB / TSELIBA, parece ter existido em relação à palavra latina “crux”, cujo significado básico também foi “poste” ou “Estaca”.
Seneca (c.4 aC-65 dC) escreveu: “Eu vejo cruzes (plural de crux) não há,
apenas de um tipo, mas feitas de muitas maneiras diferentes, algumas têm as suas vítimas com a cabeça no chão, algumas empalam suas partes íntimas, outros
estemdem os braços na cruz. “tão tarde quanto no século 16 a palavra
“Cruz” pode significar diferentes formas. Na minha cópia de “De cruce Liber
Primus “por Justus Lipsius que eleescreveu no século 16 há muitas
ilustrações de diferentes “cruzes”, incluindo três ilustrações de
“Crux simplex” que é um poste vertical para que as vítimas pudessem ser
pregadas ou presas de maneiras diferentes. Quanto a stauros, o seu sentido original e genérico chegou até a Noruega. O primeiro significado atribuído a Stauros no “Dictionnaire de la Etymologique Greque Langue de 1980, por Chantraine P, é poste (pieu). Diz também: “A palavra corresponde exatamente ao Norse “Staurr” (poste). “No norueguês modeno” staur significa “poste” ou “estaca” “. Nós também encontramos a palavra em sânscrito como “sthavara”, e em estilo gótico como “stiurjan”com o significado “alguma coisa erguida”. Assim, o significado original da palavra STAUROS, evidentemente, era forte e persisitia por um longo tempo, mesmo se espalhando para outros idiomas.
Concluimos, portanto, que em alguns lugares, como Mateus 20:19, a
evidências sugerem que ”cruz” ou “crucificar” seria uma tradução errada, e
em outras ocorrências no NT não há absolutamente nenhuma evidência que pode comprovar a tradução que emprega o termo “cruz”. Portanto a Tradução do Novo Mundo é exata ao evitar introduzir na Bíblia Sagrada algo que os autógrafos não continham.
Há duas palavras gregas usadas para o instrumento executor em que Cristo morreu — staurós e xy’lon. A autorizada Strong’s Exhaustive Concordance of the Bible (Concordância Exaustiva da Bíblia, de Strong) fornece como significado primário de staurós “uma estaca ou poste”, e, para xy’lon, “lenho”, “árvore” ou “madeira”. The New Bible Dictionary (Novo Dicionário Bíblico) afirma:
“A palavra gr. para ‘cruz’ (staurós, verbo stauróo) significa primariamente uma estaca ereta ou viga, e, secundariamente, uma estaca, conforme usada qual instrumento de punição e de execução.”

A palavra latina empregada para o instrumento em que Cristo morreu era crux, a qual, de acordo com Livy, famoso historiador romano do primeiro século EC, significa uma simples estaca. A Cyclopœdia of Biblical, Theological, and Ecclesiastical Literature afirma que a crux simplex era “simples estaca ‘de uma única peça, sem a travessa horizontal [barra transversal]’”.
Em confirmação disto, o apêndice N.° 162 de The Companion Bible (A Bíblia Companheira) declara a respeito de staurós que
“indica um poste ereto ou estaca, em que se pregavam criminosos para serem executados. . . . Nunca significa dois pedaços de pau cruzados em qualquer ângulo, mas sempre apenas um pau.” (O grifo é meu.) Conclui o apêndice: “A evidência está assim completa de que o Senhor foi morto numa estaca ereta e não em dois pedaços de pau cruzados em qualquer ângulo.”
Tendo a cruz as suas raízes no antigo paganismo, e com a evidência de que Cristo não foi pregado na tradicional cruz,
nem os primitivos cristãos empregaram tal símbolo, é-se levado à seguinte conclusão: A cruz realmente não é cristã.É preciso coragem para romper com uma arraigada tradição religiosa que se origina das brumas da antigüidade pagã.
Bom exemplo de tal rompimento acha-se na Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas (ed. 1983), que traduz staurós como “estaca de tortura” e o verbo staurós como “pregar na estaca”, e não “crucificar”. Isto liberta de toda mancha de paganismo o precioso sacrifício de nosso Senhor e Salvador.
Como é que tal conhecimento influenciará com respeito à veneração e à apresentação ou ao uso pessoal duma cruz, ou quanto a fazer o sinal da cruz? O apóstolo Paulo instou com os cristãos a ‘fugir da idolatria’. (1 Coríntios 10:14) Acrescentou o apóstolo João: “Guardai-vos dos ídolos.” (1
João 5:21) Assim, quem procura adorar a Deus desejaria mostrar-se muito cauteloso de evitar depositar sua confiança
— à guisa de adoração ou de superstição — em ídolos de
“prata e ouro, trabalho das mãos do homem terreno”. —
Salmo 115:4, 8, 11.
O livro The Non-Christian Cross (A Cruz Não-Cristã), de J. D. Parsons, explica:
“Não existe uma única sentença em nenhum dos inúmeros escritos que formam o Novo Testamento que, no grego original, forneça sequer evidência indireta no sentido de que o stauros usado no caso de Jesus fosse diferente do stauros comum; muito menos no sentido de que consistisse, não em um só pedaço de madeira, mas em dois pedaços pregados juntos em forma de uma cruz. . . . É um tanto desencaminhante, da parte de nossos mestres, traduzirem a palavra stauros por ‘cruz’ ao verterem os documentos gregos da Igreja para a nossa língua nativa, e apoiarem tal medida por incluírem ‘cruz’ em nossos léxicos como sendo o significado de stauros, sem explicarem cuidadosamente que esse, de qualquer modo, não era o significado primário dessa palavra nos dias dos Apóstolos, que não se tornou seu significado primário senão muito depois disso, e só se tornou tal, se é que se tornou, porque, apesar da falta de evidência corroborativa, presumiu-se, por uma razão ou outra, que o stauros específico em que Jesus foi executado tinha esse determinado formato.” — Londres, 1896, pp. 23, 24.
Foi cerca de 300 anos depois da morte de Cristo que alguns professos cristãos promoveram a idéia de que ele morreu numa cruz de duas vigas. Mas essa idéia se baseava na tradição e no uso errado da palavra grega stau•ros´. É digno de nota que alguns desenhos antigos, que retratam execuções romanas, mostrem um único poste de madeira ou uma árvore.
“A forma da [cruz de duas vigas] teve sua origem na antiga Caldéia e foi usada como símbolo do deus Tamuz(tendo a forma do Tau místico, a letra inicial de seu nome) naquele país e em terras adjacentes, inclusive no Egito. Por volta dos meados do 3º século A.D., as igrejas ou se haviam apartado ou tinham arremedado certas doutrinas da fé cristã. A fim de aumentar o prestígio do sistema eclesiástico apóstata, aceitavam- se pagãos nas igrejas, à parte de uma regeneração pela fé, e permitia-se-lhes em grande parte reter seus sinais e símbolos pagãos. Assim se adotou o Tau ou T, na sua forma mais freqüente, com a peça tranversal abaixada mais um pouco, para representar a cruz de Cristo.” – An Expository Dictionnary of New Testament Words ( Londres, 1962),W.E. Vine, p. 256.
É preciso coragem para romper com uma arreigada tradição religiosa que se origina das brumas da antigüidade pagã. Bom exemplo de tal rompimento acha-se na Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas (ed. 1983), que traduz staurós como “estaca de tortura” e o verbo staurós como “pregar na estaca”, e não “crucificar”. Isto liberta de toda mancha de paganismo o precioso sacrifício de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo.
Excelente exemplo nos foi dado por aqueles, na antiga Éfeso, que, acatando a pregação do apóstolo Paulo, e verificando que os objetos por eles usados não se harmonizavam com o verdadeiro cristianismo, ajuntaram-nos “e os queimaram diante de todos”. (Atos 19:18, 19) Afinal de contas, por que prezar e adorar o instrumento que foi supostamente usado para assassinar o Senhor Jesus Cristo?
A Biblia é Sagrada e deve ser levada a sério.Sem conjecturas e com raciocínio objetivo podemos adorar a Deus com espirito e VERDADE.
Se um artista contemporâneo se tivesse posto diante do moribundo Jesus em Gólgata, poderia ternos deixado autêntico quadro desse evento altamente significativo. Mas, nenhuma obra de arte desse tipo se acha em existência, e por certo a tradição posterior não é conclusiva. Todavia, deveras dispomos de palavras registradas de uma testemunha ocular. Quem era ele?
Ao olhar Jesus do alto daquele implemento de tortura e morte, viu “o discípulo a quem amava”, o apóstolo João. Jesus confiou-lhe os cuidados de sua mãe, Maria. (João 19:25-30) Assim, João estava lá. Sabia se Jesus morrera ou não numa cruz.
Para designar o instrumento da morte de Cristo, João usou a palavra grega staurós, traduzida “estaca de tortura” na Tradução do Novo Mundo. (João 19:17, 19, 25) No grego clássico, staurós denota a mesma coisa que no grego comum das Escrituras Cristãs — primariamente uma estaca ou poste reto sem barra transversal.
O Interpreter’s Dictionary of the Bible declara, com referência a staurós: “Literalmente uma estaca reta, barra, ou poste . . . Como instrumento de execução, a cruz era uma estaca enfiada verticalmente no chão. Não raro, mas de forma alguma sempre, um pedaço horizontal era ligado à porção vertical.” Outra obra de referência afirma: “A palavra grega para cruz, staurós, devidamente significava uma estaca, um poste ereto, ou pedaço de ripa, em que algo podia ser pendurado, ou que poderia ser usado em cercar um pedaço de terreno. . . . Até mesmo entre os romanos a crux (da qual se deriva nossa cruz) parece ter sido originalmente um poste reto, e este sempre permaneceu sendo a parte mais destacada.” — The Imperial Bible-Dictionary.

No livro The Cross and Crucifixion (A Cruz e Crucificação), de Hermann Fulda, diz-se: “Jesus morreu numa simples estaca de morte: Em apoio disto falam (a) o uso então costumeiro deste meio de execução no Oriente, (b) indiretamente a própria história dos sofrimentos de Jesus e (c) muitas expressões dos primitivos padres da igreja.” Fulda também aponta que algumas das ilustrações mais antigas de Jesus pendurado o representam sobre um único poste.
O apóstolo cristão Paulo afirma: “Cristo nos livrou da maldição da Lei por meio duma compra, por se tornar maldição em nosso lugar, porque está escrito: ‘Maldito é todo aquele pendurado num madeiro.’” (Gál. 3:13) Sua citação era de Deuteronômio, que menciona a colocação dum cadáver duma pessoa executada sobre um “madeiro”, e adiciona: “Seu cadáver não deve ficar toda a noite no madeiro; mas deves terminantemente enterrá-lo naquele dia, pois o pendurado é algo amaldiçoado por Deus; e não deves aviltar teu solo.” — Deu. 21:22, 23.
Era tal “madeiro” uma cruz? Não era. Com efeito, os hebreus não possuíam nenhuma palavra para a cruz tradicional. Para designar tal implemento, usavam “urdidura e trama”, aludindo aos fios que corriam ao comprido num tecido e os outros que o cruzavam num tear. Em Deuteronômio 21:22, 23, a palavra hebraica traduzida “madeiro” é ‘ets, significando primariamente uma árvore ou madeira, especificamente um; poste de madeira. Os hebreus não usavam cruzes de execução. A palavra aramaica ‘a, correspondente ao termo hebraico ‘ets, aparece em Esdras 6:11, onde se diz, relativo aos violadores do decreto do rei persa: “Se arranque da sua casa um madeiro (estaca, Centro Bíblico Católico) e ele seja pendurado nele.” Obviamente, um único madeiro não teria barra transversal.
Ao traduzir Deuteronômio 21:22, 23 (“madeiro”) e Esdras 6:11 (“madeiro”) os tradutores da Versão dos Setenta empregaram a palavra grega xy’lon, o mesmo termo empregado por Paulo em Gálatas 3:13. Foi também empregado por Pedro quando disse que Jesus “levou os nossos pecados no seu próprio corpo, no madeiro”. (1 Ped. 2:24) Com efeito, xy’lon é usada várias outras vezes para se referir ao “madeiro” em que Jesus foi pendurado. (Atos 5:30; 10:39; 13:29) Esta palavra grega tem o significado básico de “madeira”. Nada subentende que, no caso do penduramento de Jesus, ela significasse uma estaca com uma barra transversal.
Assim, a evidência pontifica que Jesus não morreu na cruz tradicional. Por isso, as testemunhas de Jeová, que certa vez possuíam uma representação da cruz na capa da frente de sua revista A Sentinela, não usam mais tal símbolo. Nem veneram a estaca. Por certo, o instrumento que causou o sofrimento e a morte de Jesus não merece tal reverência, assim como não merece a forca em que um ente querido talvez tenha sido injustamente morto. Ademais, a Palavra de Deus proíbe tal veneração, pois afirma: “fugi da idolatria” e “guardai-vos dos ídolos”. — 1 Cor. 10:14; 1 João 5:21.
Significa isto que as testemunhas de Jeová pouco se importam com a morte de Jesus Cristo? Não. Sabem que, por meio dela, Deus proveu o resgate que liberta a humanidade crente da escravidão ao pecado e à morte. (1 Tim. 2:5, 6) Estes assuntos são considerados com freqüência em suas reuniões. E, como os cristãos primitivos, comemoram anualmente a morte de Jesus durante a celebração da refeição noturna do Senhor. (1 Cor. 11:23-26) Em todas essas reuniões no Salão do Reino local o leitor será calorosamente recebido.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Gestão de projecto para o século 21

Autores: Weiss, J. & Wysocki, R. (1992).

Os métodos de gestão de projecto são instrumentos populares e úteis em organizações. Neste século há muitas mudanças que os gestores devem ter em consideração na planificação e implementação de projectos: um aumento do foco ao cliente; gestão múltipla de projectos ou gestão de programa; uso de uma análise das partes interessadas para planificar e implementar projectos; e uso de forças de tarefas horizontais (Weiss, & Wysocki, 1992).

ASSUNTOS CONTEMPORÂNEOS EM GESTÃO DE PROJECTOS SEGUNDO WEISS, & WYSOCKI (1992):

Foco no cliente: quer o usuário final do projecto seja um departamento ou unidade de negócio na organização, quer seja o comprador dos serviços ou produtos da organização, a tendência em organizações prósperas é tê-las envolvidas no projecto. Dentre as organizações mais progressivas não é usual encontrar o usuário final no papel do gestor de projecto.
Gerenciamento do programa: os projectos em que as actividades são por sí só projectos são chamados programas. O gestor do programa terá de encarar uma camada adicional de complexidade. Isto é mais evidente quando os recursos devem ser compartilhados dentre vários projectos.
Comparados aos projectos, os programas serão de longa duração. Isto acrescenta outra complexidade (a rotatividade do pessoal). Gestores de programa terão de prestar mais atenção à contratação do pessoal, treinamento e desenvolvimento. Estas actividades, mesmo que não sejam nada mais do que planos contigenciais, continuarão a ser orçamentadas e administradas efectivamente para garantir que os recursos humanos estejam disponíveis quando necessários.

Análise das Partes Interessadas: é outro instrumento estratégico que os gestores podem usar para traçar e entender obrigações planeiadas e táticas quando estão a lidar com clientes, fornecedores, competidores, corpos governamentais e grupos externos dispersos. Os propósitos da análise são: facultar ao gestor do projecto a identificar os grupos que devem estar interagidas na execução das metas do projecto; desenvolver estratégias e tácticas para efectivamente negociar metas competitivas e interesses entre os diferentes grupos; identificar interesses estratégicos que cada grupo tem no projecto afim de negociar interesses comuns; ajudar ao gestor do projecto a alocar melhor os recursos para lidar com eleitorados diferentes afim de realizar as metas do projecto.
Muitos projectos são extremamente complexos e requerem um número de interacções externas para o seu acabamento. A Análise das Partes Interessadas simplifica a complexidade.

Mudanças organizacionais: a emergência rápida de software útil e a verificação dos sistemas de informação que podem incidir dramaticamente na posição competitiva da organização resultou em ambas mudanças vertical e horizontal na estrutura e operação das organizações. Especificamente, equipas de projecto são formadas provisoriamente; são formadas como parte de ad hocracias, isto é, unidades organizacionais com objectivos ad hoc; e podem ser parte de rede de organizações emergentes, isto é, unidades lascadas que providenciam produtos, bens e serviços. Como as organizações continuam obscurecendo os seus limites, equipas de projecto vão crescer em importância porque as equipas podem ser usadas para puxar e combinar recursos através de áreas funcionais e mesmo geográficas.

Vertical thinning: por causa do computador, a informação é mais acessível aos gestores em todos níveis da organização; assim, a necessidade para camadas hierárquicas de gestores medianos é questionável. Em muitas organiações foi concluído que vários estratos de gestão existem primariamente para interpretar informação e passá-la para o nível abaixo ou acima seguinte da gestão. O acesso à informação tornou-se tão fácil que muitos gestores podem inquirir directamente o sistema em vez de trabalhar através de intermediários. Neste sentido, o uso de vários estratos de gestão tornou-se obsoleto e, na realidade, foram removidos em muitas organizações. Também há fortes evidências de que mesmo o pessoal de apoio clerical está desaparecendo porque muitos gestores podem processar pessoalmente sua informação e usar correio electrónico para comunicar-se.
Para os gestores de projectos computadores e acesso fácil à informação são simultaneamente boas e más notícias. A boa notícia é que existe um jogo de ferramentas para monitorar e informar o estado do projecto, para detectar situações fora de controlo e para avaliar e mesmo sugerir solutions alternativas. A má notícia é que a gestão sénior também pode monitorar directamente o progresso. Os gestores de projecto serão colocados para a tarefa; eles não devem só ficar com a actividade corrente, devem també estar preparados para responder rapidamente e estar prontos com respostas às questões que a gestão sénior irá fazer.

Horizontal task forces: Peter Drucker, falou da vida duma nova organização, cuja estrutura é uma federação livre de forças de trabalho. Cada força-tarefa contém todas as perícias que necessita para levar a cabo a sua missão. Gestores de tarefas terão um ou mais projectos sob seu controlo. Também terão autonomia suficiente para tomar as decisões diárias e gerir os assuntos do seu projecto. Eles serão responsáveis para manter o projecto no cronograma, dentro do orçamento de acordo com as especificações e para desenvolver sua equipa para trabalhar efectivamente em mais de um projecto.

Desfecho do projecto

Autores: Weiss & Wysocki(1992).


As principais fases do término do projecto incluem: obter aceitação do cliente; documentar o projecto; fazer auditoria e emitir o relatório final.

Preparação das logísticas de desfecho
As razões para o desfecho do projecto são: obter contractos com fornecedores, clientes e outros parceiros que esperam um termino mais rápido do contracto; terminar os contratos com o pessoal do projecto; obter aprovação do cliente do projecto para o trabalho do projecto e entregas; assegurar que os entregáveis foram aplicados de acordo com o tempo, orçamento e especificações; assegurar que a documentação do projecto e as linhas de base facilitem as interacções ou as mudanças que podem ocorrer no futuro; terminar todas relações internas e externas; uma auditoria é feita e pode ser adicionada ao relatório final.
Uma data formal e predeterminada deve ser marcada pelo gestor de projecto e o supervisor geral do projecto. Esta data de desfecho deve estar de acordo com o plano mestre. O gestor inicia o desfecho do projecto com o conhecimento e cooperação da administração e do cliente (Weiss & Wysocki, 1992).

De acordo com Weiss & Wysocki (1992), há três tipos de desfecho de projectos:

O desfecho por extinção significa que o projecto assim como o relatório foram feitos com ou sem sucesso e a decisão para o término é acordado uma vez que os contratos e o relatório final devem acabar.
O desfecho por inclusão é aquela em que o projecto termina com sucesso e é incluído na organização. Este tipo de desfecho é visto como uma transformação e processo de transição do projecto para a organização que a suportou.
O desfecho por integração é o modo mais comum de terminar com sucesso um projecto. É também a forma mais complexa. Os equipamentos, os materiais e as pessoas devem ser redistribuídos para a organização.

Processo de término do projecto
O processo do término pode ser complicado, longo e complexo. As fases gerais para o término são: preparar a estratégia de desfecho; documentar o projecto; fazer uma auditoria pós-implementação, preparar e submeter o relatório final; obter a aprovação do cliente; fechar as operações.
Os passos para ajudar o gestor a estruturar o processo e encontrar as necessidades específicas do projecto são: estabelecer o desenho do término do projecto; conduzir reuniões para verificar este processo; preparar o relatório do término do projecto; terminar todos os documentos financeiros; pagar todos os salários e despesas; recolher todas dívidas; preparar o relatório final do término; concluir todas ordens de trabalho, de contracto com os fornecedores e os clientes; documentar os acordos com todos os vendedores e contratados; fechar o contracto do projecto e devolver todos os equipamentos; conduzir e completar auditoria pós – implementação; concluir o relatório final e submeter ao cliente; obter aceitação do cliente e fechar todos os contactos e terminar os contractos com os restantes agentes; aproximar o cliente e a administração para o suporte organizacional para o processo. O seu desfecho depende da satisfação do cliente e da qualidade dos serviços que o projecto o forneceu (Weiss & Wysocki, 1992).

Pós – implementação e relatório final do projecto

Segundo Weiss & Wysocki (1992), o relatório do projecto final, serve como memória ou história do projecto e o ficheiro que os outros podem verificar para estudar o progresso e impedimentos do projecto. Os formatos usados para o relatório final são: visão geral do sucesso e performance do projecto; organização e administração do projecto; técnicas usadas para alcançar os resultados do projecto; lista das partes positivas e fracas do projecto; recomendações do gestor do projecto e equipa para a continuação ou extinção do projecto.

Aprendendo com as falhas
Para Weiss & Wysocki (1992), os últimos esforços dos gestores de projecto são de juntar a equipa para rever a sua jornada. Esta é uma maneira de fechar formal e informalmente os relacionamentos. Nem todos os projectos terminam com um resultado feliz. Ainda falta um grande comprometimento em aprender com o ocorrido. A reunião final, festa, jantar ou gala, traz o ciclo de vida do projecto.