quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Temperamento e sua importância na orientação

Segundo Silva (1992), o conceito de temperamento pode denotar uma moderação ou unificação de forças que seriam dispersas, a palavra significa temperar influências opostas e indica uma uniformidade de coloração, uma espécie de tematização do todo, uma unidade diante de tendencias dispares.

O temperamento é que imprime diferenciação, semelhante a assinatura ou impressão digital, em cada acção do individuo, tornando-a reconhecida como apenas dele próprio.

A inteligência, o físico e o temperamento representam o material bruto sobre o qual se forma a personalidade. Esses factores em grande parte dependem da constituição genética do individuo. O temperamento representa o clima bioqumico ou tempo interno em que se desenvolve a personalidade. O temperamento pode ser alterado ao longo da vida do individuo, essa alteração depende da constituição genética do individuo, das influências medicas, alimentares, de aprendizagem e experiencias de vida diversas. É de ressaltar que desde o nascimento, existem níveis constitucionais, químicos, metabólicos e neurais que imprimem recursos caracteristicos peculiares em cada pessoa.


Pode-se também dizer que o temperamento é a combinação de características congênitas que subconscientemente afectam o procedimento da pessoa e que envolve os génes recebidos dos progenitores e ainda uma imprevisibilidade, algo de imprevisto que pode acontecer; em outras palavras, temperamento é a natureza do homem, que é formada por factores hereditários, que se encontram profundamente enraizados na pessoa (Oliveira, 2010).

Quatro tipos de temperamento segundo Silva (1992) são:

Tipo realista perceptivo
O valor supremo é a liberdade de accao. Sente-se gratificado ao trabalhar de forma independente, uma vez que o seu ideal, tambem no que se refere ao ambito profissional, eh aquele que lhe permite agir quando e como gosta. O tipo realista perceptivo nao suporta procedimentos predeterminados, rotinas,hierarquias, regulamento, por lhe pareceremdestituídos de sentido. Tambeé não vê inconvenientes em infrentar situações onde o resultado é desconhecido, pois trata-se de uma forma de testar a sua liberdade e sua capacidade agir nas diversas ocorrências.


Tipo realista judicativo

A dedicação e a persistência são caracteristicas marcantes deste tipo. Mais do que qualquer outro, é capaz de dedicar-se inteiramente não só às pessoas queestão sob suas responsabilidades, mas tambem às pequenas tarefas rotineiras, fundamentais à existencia humana.
Essa capacidade de doação é acompanhada do sentido de honra em relação à palavra dada e aos compromissos assumidos. A coerencia consigo mesmo e o cumprimento dos deveres que considera como seus são sua meta constante. É extremamente sencivel a realidade alheia e às injustiças sociais, procura fazer todo o possivel para minimiza-las.


Tipo intuitivo racional

O desejo de compreender e de controlar a natureza, tanto física como social, é o que caracteriza o tipo intuitivo racional. Por essa razão, o poder o fascina. Não se trata propriamente do poder que se possa exercer sobre as pessoas, mas, principalmente, do poder sobre a natureza, a fim de ser capaz de entendê-la, de predizê-la, e de explicá-la. Quem depara com um individuo intuitivo racional depara com um cientista. Este tipo persegue capacidade, habilidade, eficiência e, por julgar-se o único capaz de avaliar a própria competência, é dotado de um criticismo impiedoso.


Tipo intuitivo sensível

A vida para o tipo intuitivo sensivel é uma constante busca e essa busca é, seu objectivo máximo da vida. Tem necessidade compulsiva de encontrar sua própria autenticidade. Por isso, prioriza sua integridade e sua auto-realização, que se lhe configura como missão única e intransferivel, a qual lhe compete realizar. Causa-lhe um sentimento de culpa, ao considerar que seu self real não corresponde ao da sua idealização.


Carácter

É uma expressão utilizada no ambito de determinadas concepções sobre a educação moral para designar um conjunto de bons comportamentos que são tidos como importantes nesse nesse tipo de concepção educativa (Orlando, 1992).

Pode-se tambem definir o carácter como conjunto de formas comportamentais mais elaboradas e determinadas pelas influências ambientais, sociais e culturais, que o indivíduo usa para adaptar-se ao meio. Ao contrário do temperamento, o caráter é predominante volitivo ( depende da vontade) e intencional. Entretanto, de modo geral, temperamento e caráter estão intimamente associados, podendo estar tão imbricados que se torna difícil sua distinção.


Importância dos temperamentos na orientação

Já há bastante tempo, estudantes dos Estados Unidos, do Canadá e do Japão escolhem suas futuras profissões com ajuda de um teste bastante simples, para conhecer seus respectivos temperamentos. Tem grande importância os temperamentos na orientação, porque reflete a espinha dorsal da nossa personalidade, ou seja, é o temperamento que define nossa maneira de ver o mundo e nos relacionarmos com as pessoas. É por meio dele também que descortinamos nossos interesses e aspirações, os valores éticos e morais que defendemos e o "mundo" em que preferimos viver, em termos concreto ou abstrato (Ito & Guzzo, 2002).


Temperamento e sua relação com determinadas profissoões segundo Silva (1992):

• Tipo psicológico realista perceptivo: educação física e economia.

• Tipo psicológico realista judiciário: enginharia mecânica, enginharia civil, administração, contabilidade, pedagogia, direito, medicina, odontologia, enfermagem e ciencias biológicas.

• Tipo psicológico intuitivo racional: enginharia química, enginharia elétrica e computação.

• Tipo psicológico intuitivo sensível: Jornalismo e Publicidade



Referências bibliográficas

Oliveira, E. (2010). Temperamento. Acessado no dia 9 de Agosto de 2010 em http://blog.cancaonova.com/saopaulo/2007/04/16/temperamento/.

Orlando, M. (1992). Psicologia do desenvolvimento moral: teorias, dados e implicações. Livraria almeida.

Ito, P. & Guzzo, R. (2002). Psicologia: reflexão e crítica. Brasil: Puerto alegre.

Silva, M. (1992). Personalidade e escolha profissional: subsidios de Keirsey e Bates para a orientação vocacional. São Paulo: pedagógica e universitária Ltda.

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